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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Para brasileiros, mídia é a entidade mais confiável


Em meio a diversos questionamentos sobre a credibilidade das instituições no país, a mídia é a entidade mais confiável para a maior parte dos brasileiros, de acordo com o "Estudo de confiança Edelman 2013". Segundo o levantamento, que ouviu 31 mil pessoas em 26 países, 1 mil delas no Brasil, veículos de comunicação são confiáveis para 66% dos brasileiros. Em seguida, estão as empresas (64%), ONGs (59%) e governo (33%).

O resultado segue a mesma tendência da pesquisa sobre corrupção no mundo divulgada semana passada pela Transparência Internacional, segundo a qual a percepção sobre corrupção envolvendo a mídia no país é menor na comparação com a maioria dos países.

- São medições diferentes, mas que convergem ao demonstrar a confiança que a mídia tem por parte da população - disse o diretor executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira.

Crença no governo se mantém baixa

O Estudo de Confiança Edelman, divulgado em março, é realizado desde 2001 com pessoas de diferentes classes sociais e idades. Entre 2007 e 2012, o primeiro lugar na confiança dos brasileiros era ocupado pelas empresas. É a primeira vez que a mídia ocupa o primeiro lugar neste índice de confiança.

- É um dado muito eloquente que demonstra reconhecimento da opinião pública em relação ao bom trabalho da mídia de melhor informar as pessoas, buscar cobertura de todos os assuntos, investigar aquilo que precisa ser investigado - diz o diretor executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira, para quem a continuidade do exercício do jornalismo feito com profissionalismo e independência fortalece o resultado da pesquisa.

Para o vice-presidente executivo do Instituto Ethos, Paulo Itacarambi, a liderança da mídia no ranking deste ano pode ser associada à cobertura ampla de temas ligados ao combate à corrupção, em especial em 2012, quando houve o julgamento do mensalão.

- A mídia toda trabalhou a questão do combate à corrupção, acho que isso explica um pouco o fato de ela ter ascendido e o índice do governo se manter baixo - diz Itacarambi.

A mesma pesquisa mostrou que os entrevistados confiam mais em "pessoas comuns", como empregados, funcionários públicos, especialistas e acadêmicos, do que nos CEOs de empresas ou funcionários de alto escalão de um governo.

- Isso demonstra que as pessoas acreditam mais em quem não tem interesse político ou financeiro envolvido - conclui o dirigente do Ethos.

Já de acordo com o ranking da Transparência, o índice de percepção da mídia como instituição corrupta no Brasil é de 38%, próximo do registrado em países como Suíça (36%), Bélgica (37%) e Espanha (41%). O índice é bem mais alto em países como México (55%), Estados Unidos (58%), Reino Unido (69%) e Egito (80%).

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