Diario de Pernambuco - Diários Associados
A instabilidade financeira do Grupo X parace não ter fim. A agência de classificação de risco Moody's rebaixou, ontem, a nota de crédito da petrolífera OGX (OGXP3), do bilionário Eike Batista, de "B2" para "CAA2" com perspectiva negativa. Segundo a agência, o rebaixamento significa alto risco de calote e é o quarto pior rating da consultoria em uma escala com 21 classifições.
"O rebaixamento do rating da OGX é motivado pela fraca resposta de produção de petróleo e dos fluxos de caixa, comprometendo negativamente a cobertura de notas sênior sem garantias da empresa", destacou a Moody’s. Para a agência, a nova classificação reflete a alta alavancagem financeira em relação à produção da empresa e seus fluxos de caixa. Segundo ela, a OGX deverá enfrentar um cenário de liquidez apertada nos próximos 12 a 18 meses, com a expectativa de busca de alternativas adicionais para o cumprimento de obrigações contratuais, operacionais e financeiras.
Esta foi a segunda nota de rebaixamento do Grupo X em um único dia e a terceira em pouco mais de um mês. Antes, a Standard & Poor's, outra agência de risco, já havia cortado a nota de crédito da petroleira, de "B-" para "CCC", num nível próximo ao de empresas em situação de calote. Em junho, a Fitch também havia rebaixado o rating da empresa para CCC.
Vale lembrar que essas agências de classificação de risco, que também avaliam dão notas para países e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem informado prognósticos errados durante a crise global de 2008/2009.
No caso do Grupo X, as notas são divulgadas em um momento em que as empresas de Batista enfrentam uma séria crise de confiança no mercado e grandes perdas na Bolsa de Valores. As ações da empresa desabaram 20% em apenas um dia.
Outra empresa de gestão de risco, a Kamakura, listou a OGX como sendo a terceira empresa do mundo com maiores ameaças de calote aos credores. Vários bancos também reduziram sua expectativa de preço para a ação da OGX e os papéis da empresa no mercado de ações chegaram a valer R$ 0,10 no prazo de um ano.
Para a S&P (Standard & Poor's), o rebaixamento deve-se principalmente ao anúncio feito pela OGX de reduzir a produção de petróleo nos três poços no campo de Tubarão Azul, que cessar em 2014, devido à falta de tecnologia disponível. A OGX cancelou, ainda, encomendas para novas plataformas de petróleo e não irá desenvolver os campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Areia Tubarão, todos eles na bacia de Campos.
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