Um empresário de Itajaí (SC) foi preso no último domingo durante um voo após ser reconhecido pela própria juíza que o condenara, cinco anos atrás, pelo estupro dos filhos dele.
A prisão foi aplaudida pelos passageiros do voo.
A juíza Sônia Moroso, 48, titular da 1ª Vara Criminal de Itajaí, reconheceu o homem ao embarcar na aeronave que faria o voo de Campinas (SP) a Navegantes (SC).
Ela determinou a prisão do empresário em 2010, quando não havia mais possibilidade de recorrer da condenação a dez anos de prisão.
Mas a ordem nunca foi cumprida, e o empresário estava foragido desde então. Os crimes aconteceram em 2004, quando as crianças --um menino e uma menina-- tinham quatro e cinco anos de idade.
Sônia, que só conhecia o empresário por fotos, acionou a polícia antes de o avião decolar de Campinas. Ela conta que precisou agir rápido porque o tempo de voo não chegava a uma hora.
A juíza diz que, depois, ficou na dúvida e conferiu a listas de passageiros do voo.
"Fiquei surpresa ao perceber que ele conseguiu viajar tão facilmente sem precisar usar uma identidade falsa. Foi muita ousadia", disse.
Ela estava sentada algumas poltronas atrás da do empresário e comunicou a situação à tripulação. "Ele não tinha como fugir e eu estava determinada a pegá-lo. Não deixaria ele descer do avião de jeito nenhum."
Quando o voo pousou em Navegantes, a Polícia Civil já estava na pista. Eles entraram na aeronave antes do desembarque e efetuaram a prisão após a juíza explicar a situação aos passageiros.
"Todo mundo vibrou e aplaudiu. Foi uma cena de cinema. Fiquei satisfeita em ver a justiça sendo feita", disse. (RAYANNE AZEVEDO) Folha.
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