Tem ministros que nunca chegaram tão perto da Dilma
No governo do ex-presidente Fernando Collor havia 12 ministérios. Sábado passado a presidente Dilma fez uma reunião com nove ministros para preparar uma agenda para a reunião ministerial convocada para hoje às 16 horas, quando os demais 30 ministros se juntarão aos nove ‘da casa’ para estabelecerem ações de respostas às manifestações que acontecem diariamente e que provocaram uma violenta queda de Dilma dos índices de aprovação de seu governo, bem como dos percentuais de intenção de voto em 2014, que indicam a probabilidade de um segundo turno entre ela e a ex-ministra Marina Silva, que é uma das fundadoras do PT, mas que rompeu com o partido quando foi preterida em suas pretensões de concorrer a presidente em 2010 – ela era considerada candidata natural do partido –, mas que viu Lula atropelar e indicar sua ‘gerentona’ para sucedê-lo;
O que chama a atenção é o numero excessivo de ministérios e secretarias com o mesmo status. São ‘apenas’ 39. Isso mesmo. Nos dois mandatos de Lula eram 35 e mais quatro foram criados por Dilma para acomodar integrantes de sua famigerada ‘base aliada’, com a justificativa de garantia de governabilidade, seja lá o que isso signifique. O mais recente foi o Ministério da Micro e Pequena Empresa (certamente o próximo pode ser o da Média Empresa), isso para trazer um novo partido para a sua bancada de apoio no Congresso Nacional. Hoje a imprensa divulga que os gastos anuais com os 39 ministérios – incluam-se aí milhares de cargos em comissão – chegam a mais de R$ 600 bilhões anuais. Ironicamente no Facebook alguém sugeriu que fosse criado a 40ª pasta ministerial: Ministério do Controle Ministerial (muito boa essa);
Para poder fatiar o governo e distribuir pedaços com os partidos da base, há casos absurdos com o Ministério do Desenvolvimento Agrícola, mesmo existindo o Ministério da Agricultura, também na mesma área o Ministério da Pesca e Aquicultura. A presidente Dilma criou o Ministério da Aviação Civil e o Ministério de Portos, ignorando a existência do Ministério dos Transportes. Se for consultada a longa lista de ministérios, é certo que serão encontradas mais algumas incongruências. É tanto ministro que alguns deles nunca despacharam com a presidente em dois anos de exercício na respectiva pasta;
Em vez de trazer essa proposta absurda de realização de plebiscito de objetivos não muito claros, e muito menos propor reforma política que ninguém nas ruas reivindicou, o melhor que a presidente Dilma faz é fazer uma reforma de sua exagerada máquina administrativa, com uma redução de ministérios e que os faça funcionar em ritmo correto, atacando os problemas que são mostrados nas ruas. Quanto às reivindicações do povo, certamente a pressão vai continuar principalmente junto ao Senado e à Câmara, que já sentiram essa pressão, votando em projetos que teriam outro resultado se não tivessem acontecido as manifestações;
A verdadeira forma política está caminhando para acontecer em 6 de outubro de 2014, quando certamente ocorrerá uma violenta ‘reforma dos políticos’, com muitos deles sendo mandados para casal, ocorrendo o que com bom humor alguém disse um dia: “Sairão da vida pública, recolhendo-se à privada” (com ou sem duplo sentido). por Airton Leitão
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