Morreu na manhã deste sábado (1º), em Ipeúna, o guardador de carros Benedito Oliveira, 71, que havia sido espancado, em 6 de abril, por um trio de supostos neonazistas em Rio Claro, interior de São Paulo. Ele ficou internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) por duas semanas e recebeu alta na terça-feira, mas retornou à Santa Casa de Rio Claro na quinta-feira devido à complicação do seu quadro de traumatismo craniano. A causa da morte não foi divulgada.
Segundo a Guarda Civil Municipal, a agressão ocorreu na madrugada do dia 6 de abril, por volta das 2h, quando guardas receberam a denúncia de que o guardador estava caído em uma calçada depois de apanhar de um grupo de jovens. Na ocasião, o médico Hegberto Gustavo do Carmo, que atendeu o idoso, afirmou que as lesões "foram para machucar mesmo", no rosto e no tórax, e que o traumatismo craniano foi severo.
A polícia encontrou dois suspeitos - Axel Leonardo Ramos, 21, e Hélio Alves de Carvalho, 20, mas o terceiro não foi localizado nem identificado. Segundo a Guarda, os homens disseram frases de intolerância quando estavam sendo levados ao Plantão Policial. Entre outras frases, os presos disseram que não gostavam "de preto e de pobre", que "paulistas eram todos burros" e que "velhos, pretos e pobres tinham que morrer mesmo".
Como os suspeitos eram do Paraná, da região de Ponta Grossa, a Polícia Civil de São Paulo fez contato com a polícia paranaense e descobriu que os dois acusados eram investigados pela suposta participação em grupos neonazistas. Em depoimento, ambos negaram a informação, mas assumiram que são amigos de pessoas que integram o grupo. Eles também não confirmaram as agressões, embora fossem identificados por testemunhas.
Segundo o delegado Mário Antônio de Oliveira, que investiga o caso, a acusação passará a homicídio doloso, com intenção de matar, com pena de até 20 anos de prisão. Além disso, eles também responderão por lesão corporal leve, já que outro homem, de 57 anos e também negro, afirmou que foi agredido pelo trio.
O filho de Oliveira, José Donizete, disse ainda estar revoltado com a morte do pai. "Desde que aconteceu, não consegui entender porquê fizeram isso. Meu pai é de paz, trabalhava para ajudar em casa, nunca foi de beber nem de discutir", comenta.
Os dois suspeitos estão presos na penitenciária de Itirapina. Os suspeitos ainda não têm advogado, segundo a polícia. noticias.bol.uol.com.br
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