Brasília - Os índios terenas que voltaram ontem (31) a ocupar a Fazenda Buriti, em Mato Grosso do Sul, permanecem no local. Não houve entendimento após a reunião de ontem com representantes da Justiça do estado, de fazendeiros e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Um novo encontro para discutir a situação está previsto para hoje (1º).
No último dia 30, o índio terena Osiel Gabriel, de 35 anos, foi morto no local durante ação da Polícia Federal para retirada dos indígenas da fazenda, ocupada desde o dia 15 de maio. Ao menos mais três índios e um policial foram atendidos no Hospital Beneficente Elmíria Silvério Barbosa com ferimentos leves.
Um inquérito policial para apurar se houve abuso por parte dos policiais foi instaurado no mesmo dia do confronto e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, prometeu rigor na apuração.
No último dia 16, um dia após a fazenda do ex-deputado estadual Ricardo Bacha ser ocupada, a Justiça Federal determinou que os terenas deixassem ou fossem retirados da área. Como os índios resistiram, o mesmo juiz suspendeu o cumprimento do mandado a fim de que Bacha e os índios tentassem chegar a um acordo. Uma audiência de conciliação ocorreu na tarde de quarta-feira (29). Como não houve acordo, o juiz renovou a ordem de desocupação, cumprida nas primeiras horas da manhã de quinta-feira (30).
O Ministério Público Federal (MPF) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) só foram informados de que a Polícia Federal (PF) iria retirar os índios da fazenda quando a operação policial já estava em curso.
De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a fazenda fica no interior da Terra Indígena Buriti, declarada pelo Ministério da Justiça como de ocupação tradicional em 2010. Dos 17 mil hectares reconhecidos, os índios ocupam hoje apenas 3 mil hectares (um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial).
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