Fumar maconha nas "ramblas" (calçadão à beira do rio da Prata) e parques de Montevidéu não é considerado crime. Mesmo assim, seu consumo não é desenfreado. A Folha encontrou poucos usuários num passeio pelos lugares mais agitados da região central. Na vanguarda, Uruguai quer mudar leis de maconha, aborto e casamento gay Para professor, fatores culturais explicam as mudanças no Uruguai "Quem diz que faz mal não leva em consideração a calma que traz, o relaxamento que é tão importante pra levar a vida adiante, não?", afirma Oscar, 64, um aposentado que descansava em um banco próximo ao parque Rodó --ele preferiu não revelar o seu sobrenome. Já Tereza Peruyera, 58, dona de casa, que voltava das compras no bairro de Palermo, se diz assustada. "Se já temos tanta violência com a droga proibida, como será com tudo legalizado? Quem vai controlar tudo isso? O presidente não está muito bem da cabeça!", afirmou. LUGARES ESQUISITOS Em plena avenida 18 de Julio, a loja Yuyo Brothers, de acessórios para usuários de maconha, vende seus produtos sem nenhuma restrição. Na porta, porém, está um cartaz. "Não vendemos marijuana, pelo menos até que legalizem." "A situação hoje é boa para os consumidores, mas não ideal. Não somos proibidos de fumar, mas comprar a droga pode ser muito perigoso", diz Enrique Turbino, 28, que é um dos proprietários do local. "É preciso ir a lugares esquisitos, negociar com gente que pode te roubar. É perigoso. Sou a favor da lei, mas seria bom liberar o cultivo próprio de uma vez. Cada um devia poder decidir o que fazer da vida", defende Turbino.
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