Carol Guibu - Do UOL, no Recife
Duas adolescentes, de 16 e 17 anos, denunciaram que há cerca de um ano eram mantidas em cárcere privado na casa de um homem de 55 anos que também abusava sexualmente delas. Segundo as meninas, que são homossexuais, as famílias de ambas não aceitavam o relacionamento delas e, por isso, foram morar com o suspeito, José Sátira da Silva.
O crime foi descoberto na tarde da quinta-feira (24), na cidade de Paulista, região Metropolitana do Recife. De acordo com a garota de 17 anos, que não pôde ter o nome revelado, a falta de dinheiro para pagar um aluguel fez com que as duas aceitassem a oferta de moradia do homem.
"A gente se conheceu [a menor e o suspeito] quando eu estava sem dinheiro. Aí, ele chamou a gente para morar com ele, só que tínhamos que fazer o que ele pedisse, senão ele colocava a gente pra fora", disse. Ainda segundo a menor, as duas eram mantidas em cárcere privado. "Ele não confiava em deixar a chave [da casa] com a gente. Quando ele saia, a gente ficava trancada em casa."
Apesar de consentidas, a vítima afirmou que as relações sexuais mantidas com Sátira era "como se fossem um estupro". "Já fui estuprada algumas vezes na minha vida [por outras pessoas], e ter relações com ele me fazia lembrar isso." De acordo com ela, as duas se revezavam para satisfazer o homem. "Uma semana era uma que tinha [relações], a outra semana era a outra."
Briga
Segundo o delegado responsável pelo caso, Jorge Ferreira, o crime foi descoberto quando vizinhos dos três ligaram para a polícia para denunciar uma briga entre as duas. "Quando a polícia chegou à casa, as duas estavam trancadas, e tivemos que arrombar a porta. Foi aí que descobrimos que a história ia além de uma simples briga entre mulheres."
O delegado contou que, em depoimento, o suspeito afirmou que as duas não moravam com ele obrigadas e que só as trancava em casa porque costumavam furtar objetos dele para trocar por drogas. "O idoso tem problemas mentais, e alguns vizinhos confirmaram que as menores eram viciadas em drogas."
Jorge Sátira prestou depoimento e foi liberado em seguida. Porém, de acordo com Ferreira, as investigações continuam e ele pode ser condenado pelos crimes de exploração sexual e cárcere privado.
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