- Pode parecer incrível, mas a notícia está nas páginas e no site de 'O Globo' de hoje, com o título "Cabral e Pezão não poderão ser investigados por Comissão de Ética". Mesmo com as fotos amplamente divulgadas com a performance da 'turma dos guardanapos' em restaurante de luxo em Paris, com o ex-presidente da Delta Construções Fernando Cavendish, construtora é um dos focos da CPMI do Cachoeira, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e o seu vice, Luiz Fernando Pezão, serão os únicos integrantes do primeiro escalão da administração fluminense que não podem ser investigados pelo novo Código de Conduta publicado na última segunda-feira no Diário Oficial do Estado. Os processos abertos por desvios éticos poderão incluir secretários e subsecretários. Entretanto, o nome do investigado e o conteúdo das infrações serão mantidos em sigilo;
- O que é estranho também é que as regras do novo código se aplicam ao governador, porém ele não pode ser investigado por integrantes de comissões que ele mesmo nomeou. A regra estabelece que esse controle deve ser feito pela sociedade ou pelos parlamentares. Quem justificou foi o chefe da Casa Civil, Regis Fichtner, que também aparece nas imagens com Cabral e Cavendish na capital francesa. A notícia de 'O Globo' informa que a fiscalização dos servidores do Rio é realizada por duas comissões que compõem o Sistema de Gestão de Ética do Executivo, sendo uma delas, de Ética da Alta Administração, formada por integrantes do próprio Governo, que é presidida por Fichtner; e a outra, de Ética Pública Estadual, esta comandada pelo ex-presidente do Tribunal de Justiça Marcus Faver;
- Como se recorda, Sérgio Cabral decidiu criar o Código de Ética e as duas comissões no ano passado, depois da queda de um helicóptero e da morte de sete pessoas, entre elas Jordana Kfouri, mulher de Fernando Cavendish, no Sul da Bahia. Naquela ocasião, Cabral reconheceu ter usado jato do empresário Eike Batista para ir do Rio à Bahia, onde participaria do aniversário de Cavendish, cuja empreiteira, a Delta Construções, investigada pela CPMI, tinha feito contratos com o Governo do Rio de Janeiro num total de R$ 1 bilhão e 400 mil. Depois da revelação do envolvimento da Delta com Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres, alguns contratos foram anulados pela empresa e Cavendish renunciou à presidência da empreiteira;
- Agora fica a dúvida. Os atos de Sérgio Cabral não foram nada republicanos, mas o julgamento de sua quebra das regaras do Código passa a ser uma grande incógnita, principalmente pelo fato de que está sendo articulada no Palácio do Planalto a utilização de seu 'rolo compressor' na CPMI para blindar o governador fluminense, grande amigo de Lula e da presidente Dilma Rousseff. Teria Cabral algo a esconder? Se não, por qual razão não quer depor na CPMI?
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