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segunda-feira, 14 de maio de 2012

A estranha venda do Hotel Nacional

Marcelo Limírio é um empresário não apenas ligado ao contraventor Carlinhos Cachoeira e ao senador Demóstenes Torres (sem partido) como também sócio de ambos e teria usado o esquema do grupo para se beneficiar no leilão do Hotel Nacional, desativado desde 1995.
O prédio em São Conrado foi leiloado pelo Ministério da Fazenda através da Superintendência de Seguros Privados (Susep) em 2009. Naquela ocasião, o empresário Marcelo Limírio arrematou o hotel por R$ 84,9 milhões, R$ 33 milhões a menos do que o lance inicial do leilão anterior.
Principal acionista individual do grupo Hypermarcas, Marcelo Limírio é sócio direto tanto de Carlinhos Cachoeira quanto de Demóstenes. O contraventor e o empresário são sócios pela empresa ICF, responsável por fornecer testes para laboratórios. Entre eles, está o Vitapan, que pertence a Cachoeira. Já o senador Demóstenes é sócio de Limírio numa universidade em Contagem, Minas Gerais.
A proximidade de Limírio com Cachoeira e Demóstenes coloca outro político na roda: o deputado federal Armando Vergílio (PSD-GO). Ele era o superintendente da Susep em 2009, mesmo ano no qual o órgão leiloou o Hotel Nacional por duas vezes, baixando seu preço de R$ 118 milhões para R$ 84 milhões em função da falta de compradores na primeira tentativa de venda. Meses após a venda, Vergílio deixaria a Susep para se candidatar à Câmara Federal e um dos seus principais doadores foi a SS Comércio de Cosméticos, que contribuiu com R$ 100 mil através de uma doação eletrônica. A Hypermarcas, a mesma da qual Limírio é o principal acionista, adquiriu naquela ocasião algumas das linhas de produto da SS Comércio de Cosméticos por R$ 25 milhões. Vergílio concorreu pelo cargo de deputado federal justamente no estado no qual a quadrilha de Cachoeira exercia maior controle: Goiás.
Estranhamente, antes do leilão, Eduardo Paes, com a desculpa de tornar o negócio mais atraente, anunciou a alteração de mudanças: quem arrematasse o Hotel Nacional poderia construir um segundo prédio sobre o centro de convenções. Na época muitos estranharam essa interferência do prefeito Eduardo Paes no negócio. O que teria levado Paes a se envolver diretamente nesse leilão criando vantagens extras e mudando até a legislação da cidade para permitir a construção de um segundo prédio?
O fato é que o empresário Marcelo Limírio, sócio de Cachoeira e de Demóstenes foi beneficiado com um projeto do prefeito Eduardo Paes permitindo a construção de uma segunda torre, com dez pavimentos de salas comerciais sobre o centro de convenções do Hotel Nacional.
Diante da estranha postura de Eduardo Paes mudando até a legislação para beneficiar o novo proprietário do Hotel Nacional e sabendo-se que o beneficiado, por coincidência, foi um sócio de Carlinhos Cachoeira e de Demóstenes Torres, conhecendo hoje os métodos da quadrilha pra prosperar nos negócios fica uma pergunta óbvia no ar:
Eduardo Paes teria facilitado a negociação por influência de quem? De Demóstenes Torres? De Carlinhos Cachoeira?
O prefeito Eduardo Paes precisa dar essa resposta à sociedade e que não venha com a conversa fiada de que está preocupado com a falta de leitos nos hotéis para a Copa e as Olimpíadas, porque uma coisa não tem nada a ver com a outra. Com a palavra Paes, o “cachorrinho de madame” de Cabral. *Fonte Portal G1

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