247 – Na qualidade de homem mais rico do Brasil, o empresário Eike Batista é daqueles bilionários que, como diz o ditado popular, ri à toa. E ele acaba de confirmar, com frases lapidares, a impressão generalizada de que sabe levar a vida entre verdadeiras gargalhadas, mesmo que à base do sufoco de muitos de seus concorrentes e do público em geral. "Estou achando graça", disse o pai de Thor, na terça-feira 22, a respeito da alta do dólar que preocupa vastos setores do governo, do empresariado e da sociedade brasileira. "Quem está exportando está numa área feliz", completou. E foi mais longe, gabando-se: "Por isso, meus projetos são considerados à prova de otários", numa referência à boa qualidade do minério de ferro brasileiro que ele vende para o exterior.
Para ele, à frente do Grupo EBX, holding cuja maioria das empresas é voltada para a exportação de commodities, a elevação da moeda americana frente ao real é positiva. Suas projeções para a venda de matérias primas indicam 20% a mais de lucros.
O que não se sabe ainda, mas se desconfia fortemente no mercado, é se os chamados "otários" são à prova dos projeto de Eike. Quer dizer, os investidores que compram ações de suas companhias são capazes de não se deixar enganar pelas manobras do empresário? Ao que se vê pela curva das ações de empresas líderes da holding EBX, a verdade é que, se Eike está blindado a otários, seus negócios parecem abertos ao que gostam de perder dinheiro. A sua OGX, de petróleo, por exemplo, acumula perdas para suas ações de 26,07% nos últimos 365 dias de cotação na Bolsa de Valores de São Paulo. Desde o início do ano, quem colocou dinheiro nesses papéis está perdendo 18,58%. Na MMX, de mineração, a situação também é ruim para o investidor. Nos últimos 365 dias, as perdas acumuladas em seus papéis chegam a 26,9%, mas, para quem quer fazer a conta apenas neste ano, há um ganho: de 0,15%. Ufa! Já não dá, ao dono de um desses papéis, para ser chamado de otário pelos amigos.
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