O juiz Fábio Uchoa, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, decretou, no final da tarde desta terça-feira, a prisão preventiva de sete dos 11 policiais militares acusados da morte da juíza Patrícia Acioli, ocorrida em agosto do ano passado. No início do mês, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio já havia mantido a decisão de levar os 11 acusados de envolvimento no assassinato da juíza a júri popular.
A juíza Patrícia Acioli foi assassinada com 21 tiros, em 11 de agosto de 2011, quando chegava à sua casa, no bairro de Piratininga, na Região Oceânica de Niterói. O crime, segundo a denúncia do Ministério Público, teria sido articulado pelo tenente-coronel Claudio Luiz Silva de Oliveira, ex-comandante do 7º BPM (São Gonçalo) e pelo tenente Daniel Santos Benitez Lopez. Os dois oficiais foram transferidos em dezembro para o presídio federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
De acordo com inquérito da Divisão de Homicídios de Niterói, que foi concluído pelo delegado Alan Luxardo, a morte da magistrada foi determinada depois de ela decretar a prisão de um grupo de PMs pela execução de um menor no município. O tenente Daniel Benitez e mais seis policiais executaram o menor Anderson Matheus, de 14 anos, dentro da favela do Salgueiro, em São Gonçalo, em julho do ano passado. O objetivo do grupo era o de intimidar a mãe do menor, que era a principal testemunha da execução de Diego da Conceição Beliene, ocorrida no dia 3 de junho do mesmo ano. Como não encontraram a mulher, resolveram torturar o menino. O que os policiais não esperavam é que um tiro disparado por Benitez acertou a femural da vítima que morreu.
Anunciada inicialmente como auto de resistência, a Juíza Patrícia Acioli acabou descobrindo que a morte de Diego foi uma execução cometido pelo grupo de Benitez. Ao saber que a juíza havia decretado a prisão do grupo, eles primeiro tentaram eliminar as testemunhas da morte de Diego e depois elaboraram um plano para matar a magistrada, o que ocorreu onze dias após a morte de Anderson. Da Agência O Globo
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