Derlan pagou caro por cometer um erro e agredir o árbitro durante uma partida do Campeonato Amazonense. Os 360 dias de suspensão arrancaram muitas lágrimas e promoveram uma mudança radical em sua vida. Enquanto espera o fim da punição, o jogador vai trabalhar como vendedor em uma loja de souvenirs em Castanhal, no Pará.
Aos poucos, o volante retoma sua vida após receber a decisão do decisão do TJD-AM com muito abalo, choro e tremedeira. Aos 23 anos, Derlan pensou em abandonar a carreira, mas desistiu da ideia após longa conversa com a mulher e a mãe Raimunda, que sofre de um câncer na cabeça.
Ele decidiu se apegar ao conselho da mãe de que ‘um ano passa voando’ e conciliar os treinos com a profissão de vendedor. O jogador voltou para sua terra natal e vai trabalhar na loja do tio que vende ‘de tudo’, como ele mesmo define. De bola e brinquedos a louças e presentes.
“Não sei se vou ser um bom vendedor, nunca fiz isso, né? Não vai dar para tirar o mesmo dinheiro do futebol, mas dá pelo menos para eu continuar pagando minhas contas de supermercado, farmácia”, disse ele que ganhava cerca de R$ 2 mil mensais como atleta do Iranduba.
Derlan ainda vai conversar com o tio para saber detalhes sobre o salário e já organizou sua rotina. Vai trabalhar na loja no período da manhã e realizar seus treinamentos em uma academia da cidade, que fica a 75 km da capital Belém.
O volante também faz planos para quando voltar aos gramados. Nos próximos dias pretende se reunir com o Castanhal, clube da cidade, e acertar um contrato com início no ano que vem. Até lá, pretende treinar com os futuros colegas de time para não perder o ritmo e o contato com a bola.
O atleta até poderia jogar por um clube estrangeiro ainda em 2012, mas depois de todo o episódio a prioridade é ficar próximo da mãe, da mulher e dos dois filhos Antônio Mateus, de um ano, e Pedro Lucas, de dois. “No momento estou bem melhor perto da minha família. Só saio daqui com eles hoje. Chegava a ficar nove meses sem vê-los e a saudade apertava. Isso me fez muito mal”.
Derlan passou por momentos difíceis após uma grande polêmica com o árbitro João Batista Cunha Brito no jogo entre Iranduba e São Raimundo, pelo Campeonato Amazonense. Após ser expulso, ele partiu para cima do juiz e desferiu uma série de socos. Precisou ser contido pelos policiais. A justificativa apresentada é que o árbitro prejudicou seu time e ofendeu sua mãe que sofre com um tumor na cabeça.
Na 1ª Comissão Disciplinar do TJD-AM, o jogador havia sido suspenso somente até o fim do campeonato estadual, mas a procuradoria do TJD recorreu e pediu que fosse julgado no Pleno. No novo julgamento, ele pegou a pena de 360 dias por unanimidade.
“Não concordei porque eles mudaram a pena e o promotor falou coisas que me abalou. Falou que eu ia ver o sol nascer quadrado, que eu não era um ser humano. Chorei muito, tremia. Fiquei muito abalado com ele falando essas coisas. Chorei demais”. Luiza Oliveira Do UOL, em São Paulo
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