Na próxima quinta-feira 15, serão eleitas as novas diretorias de alguns dos principais clubes do Brasil. Entre elas, a do Atlético Paranaense, rebaixado para a segunda divisão, e a do Atlético Mineiro, que manteve o arquirrival Cruzeiro na primeira, ao ser derrotado por 6 x 1 no último domingo, numa partida que vem sendo classificada nas redes sociais como o “jogo da vergonha”, porque, segundo a própria torcida do Galo, teria sido entregue ao arquirrival. Candidato à presidência do Furacão, Mario Celso Petraglia, que já comandou o clube, avisa que não vai deixar barato. “Existe a presunção de inocência, mas se forem encontrados indícios de favorecimento ao Cruzeiro, o Atlético Paranaense não cai”, disse ele ao Brasil 247.
Antes do chamado “jogo da vergonha”, o Atlético-MG tinha a melhor defesa do segundo turno da competição e o Cruzeiro, o pior ataque. Se o Atlético empatasse, a raposa mineira seria rebaixada, mas o Galo perdeu com extrema facilidade. Notícias postadas na internet antes do jogo (leia mais aqui) sinalizaram um possível acordo entre os dois clubes, que são patrocinados pelo mesmo banco – o BMG, de Ricardo Guimarães, que foi também financiador do “Mensalão”. Hoje, o principal candidato à prefeitura de Curitiba é o pedetista Gustavo Fruet que, na época do escândalo político, se destacou ao revelar a conexão entre o BMG e o financiamento da base aliada. “O Ministério Público tem que entrar no caso e, se algo ficar comprovado, nós vamos lutar pelos direitos do Atlético Paranaense”, disse ele, que é torcedor do Coritiba, ao 247.
Quem está desconfortável com a repercussão negativa do “jogo da vergonha” é o atual presidente do Atlético-MG, onde também haverá eleições no dia 15, Alexandre Kalil. Ele próprio afirmou que vai pedir ao Ministério Público que investigue o jogo. "O Ministério Público, em vez de ficar proibindo tambor e bandeira, que tome atitude, que investigue a venda do jogo, que vá fundo, que quebre sigilo telefônico de presidente de clube, de presidente de banco, de jogador, de treinador, do diabo a quatro, e descubra o que aconteceu. O Atlético-MG está aberto. Tem que investigar, porque é uma coisa que não pára na rede social", declarou Kalil em entrevista à Rádio Itatiaia. O mandatário atleticano frisou que acredita que não houve nada de errado no clássico, mas que se ficar provado que existiu entrega do resultado, que os culpados têm que ir para a cadeia. "Quem fez isso tem de ir para a cadeia, tem que mudar para outro planeta, porque, onde ele estiver, o atleticano vai querer pegar ele", disse.
O caso, na prática, já chegou ao MP, por meio de uma representação pública. Se ficar comprovado favorecimento, o Brasileirão 2011 poderá terminar na Justiça. Há rumores de que o próprio ex-governador Aécio Neves, cruzeirense fanático e amigo dos dirigentes dos principais clubes mineiros, teria entrado na jogada, em busca de um entendimento entre os dois grandes rivais do futebol mineiro.
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