A pressão extra de cuidar da casa e família pode ser um fator determinante que explica por que as mulheres com doenças cardíacas têm uma pior qualidade de vida do que os homens, disseram pesquisadores.
- A qualidade de vida das mulheres com doenças cardíacas é significativamente pior do que a dos homens, independentemente de diagnóstico cardíaco, idade, raça, ou perfil de fator de risco cardíaco – de acordo com a equipe liderada pelo psicólogo Charles F. Emery, da Universidade Estadual de Ohio, em Columbus (Ohio).
Aumentos no desconforto físico e sofrimento emocional associados à doença podem afetar pessoas com doenças cardíacas. Uma pesquisa anterior indica que esse sofrimento pesa mais para as mulheres do que para os homens, mas as razões dessa diferença de gênero ainda são desconhecidas.
No estudo, Emery e sua equipe utilizaram uma série de questionários sobre qualidade de vida entre 410 homens e mulheres diagnosticados com doenças cardíacas, durante um ano.
Os pacientes, com idade média de 59,5 anos, foram avaliados para mudanças de tristeza, estresse e atividade física, assim como a percepção da quantidade de apoio da família e dos amigos.
A equipe descobriu que as mulheres tiveram notas mais baixas do que os homens em qualidade de vida física e mental durante os 12 meses de estudo.
Os pesquisadores também verificaram que um menor nível de apoio dos amigos e da família estava associado a declínios na qualidade de vida de mulheres. No entanto, o mesmo não foi detectado entre os homens.
Por que as mulheres são mais afetadas pelo apoio inadequado ao lidar com a doença? De acordo com Emery e os colegas, os papéis tradicionais dos sexos ditam que as mulheres mais velhas devem cuidar da casa e família, um papel que normalmente está acima do trabalho.
Os pesquisadores acreditam que essas pressões extras podem deixar as cardiopatas especialmente mal preparadas para lidar com os efeitos da enfermidade.
O apoio efetivo da família e dos amigos pode ser “mais relevante para a qualidade de vida para as mulheres do que os homens”, concluíram os pesquisadores.
- As mulheres estão voltando para um ambiente do lar e um ambiente de trabalho onde as demandas não mudaram muito – disse Emery em um comunicado.
- As estratégias para aumentar os níveis de apoio – especialmente companheirismo – entre as mulheres com doenças cardíacas podem ser importantes para melhorar a qualidade de vida. E como conhecemos a importância da qualidade de vida para a morbidade e mortalidade, isso pode ser uma intervenção muito poderosa e simples – completa. Fonte: Reuters / JB Online
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