No discurso, Ronaldinho manifesta o desejo de permanecer no Flamengo e afirma que já se imagina disputando a Libertadores do próximo ano. Entretanto, nos bastidores o clima entre a diretoria do clube e a Traffic, empresa de marketing esportivo parceira na contratação do craque, parece azedar a cada dia. Na última segunda-feira, Michel Levy, vice-presidente de finanças, e J. Hawilla, dono da Traffic, conversaram sobre o tema durante o prêmio Craque do Brasileirão, realizado em São Paulo.
O dirigente rubro-negro cobrou do executivo uma resolução da empresa. O Flamengo alega ter um projeto para bancar o camisa 10 sem o auxílio da atual parceira. Por sua vez, a Traffic aguarda os entendimentos envolvendo os programas de fidelidade e sócio torcedor para definir a questão. O fato é que o clima pesado entre clube e empresa desagrada os dois lados.
“Tive uma conversa com o Hawilla e vamos aguardar mais uma semana para decidir se a Traffic fica ou sai do Flamengo. Esse é o primeiro passo. Não adianta projetar a permanência do Ronaldo sem isso. Se optarem por sair vamos ver qual o projeto colocaremos em prática para que o jogador cumpra o seu contrato até 2014. Realmente pedi ao Hawilla essa aceleração. Não tenho que responder mais pela Traffic. Eles que precisam dar uma posição. Devemos ter um encontro até o final da próxima semana. Não vai passar disso”, afirmou Michel Levy, ao UOL Esporte.
Na última segunda-feira, o craque completou quatro meses de salários atrasados. A dívida chegou aos R$ 3 milhões, valor considerado limite para Assis, seu irmão e empresário, que foi procurado pela reportagem, mas não retornou às ligações. A presidente Patricia Amorim tem afirmado que o imbróglio será resolvido com Assis e J. Hawilla. Segundo pessoas envolvidas no processo, a situação chegou a um ponto em que só as três partes podem equacionar o impasse. Reuniões entre executivos da Traffic e o departamento de marketing do clube não possuem mais efeito no processo.
Alguns ajustes já foram acordados. O principal é de que o contrato envolve as três partes e o atraso de quatro meses da Traffic (R$ 750 mil/mês) não corresponde apenas a empresa de marketing esportivo, já que a engrenagem funciona em conjunto. Inclusive, os R$ 250 mil (parte do Flamengo) possuem a própria Traffic como fiadora.
Enquanto a situação não se define, a diretoria rubro-negra segue negociando contratos de patrocínio com a Procter & Gamble, utilizando o intermédio da agência 9ine, de Ronaldo Fenômeno. A presidente Patricia Amorim já revelou ao UOL Esporte que o impasse não interfere no processo e que a Traffic terá o seu percentual desde que a questão envolvendo Ronaldinho seja solucionada.
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