O procurador da República Oscar Costa Filho afirmou nesta sexta-feira (9) que o MEC (Ministério da Educação) foi informado pela Polícia Federal que mais alunos tiveram acesso às questões do pré-teste do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2011 antes da prova. O ministério já anulou esses itens para 639 alunos do Colégio Christus, de Fortaleza.
Segundo Costa Filho, os alunos do cursinho também tiveram acesso aos itens. O Inep (Insituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão ligado ao MEC e responsável pela aplicação da prova, teria sido comunicado após enviar uma carta à polícia questionando se havia indícios de que mais gente teria tido acesso às questões.
"O MEC já está sabendo. Os alunos que tiveram acesso não são só aqueles 639. O próprio delegado informou, os alunos do cursinho do Christus [viram as questões]", diz.
O ministério admite que enviou a correspondência à Polícia Federal há cerca de 15 dias. Questionado o porquê de mandar a carta tanto tempo depois da anulação dos itens, a assessoria do órgão diz não saber o motivo.
No entanto, o MEC afirma que as informações que recebeu da PF não seriam suficientes para provocar mais anulações. As respostas dadas pela polícia, diz o órgão, não seriam “conclusivas”. “A resposta da Polícia Federal manteve o entendimento do INEP de que a anulação das 14 questões deve ficar restrita ao universo de alunos do Colégio Christus”, afirma o ministério, em nota.
No dia 6, a Procuradoria da República no Ceará enviou um ofício à presidente do Inep, Malvina Tuttman, recomendando a anulação das 14 questões em todo o país. Tuttman tem dez dias para se manifestar.
Informações "privilegiadas"
O MPF (Ministério Público Federal) trabalha com a hipótese de que funcionários do próprio Inep teriam deliberadamente colocado no Enem 2011 as questões que estavam nos pré-testes aplicados no Christus.
De acordo com a procuradora da República Maria Candelária Di Ciero, há "veementes indícios de que o vazamento do Enem 2011 não se teria consumado sem a concorrência a informações privilegiadas oriundas de atores e processos sob responsabilidade do Inep/MEC, o que afasta a hipótese de um fenômeno que teve início e fim, exclusivamente, no âmbito local".
Questionado, o MEC afirmou que "vê nenhuma ação deliberada no sentido de colocar as questões de forma proposital". De UOL Noticias
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