Lampião dividiria sua mulher, Maria Bonita, com outro cangaceiro.
O juiz Aldo de Albuquerque Mello, da 7ª Vara Cível de Aracaju (Sergipe), proibiu a publicação do livro ‘Lampião – O Mata Sete’, escrito pelo advogado e juiz aposentado Pedro de Morais, 67. A obra defende a tese de que o rei do cangaço era homossexual e dividia com a mulher, Maria Bonita, o também cangaceiro Luiz Pedro. A ação na Justiça foi movida por Expedita Ferreira Nunes, 79, filha de Lampião e Maria Bonita. Em seu despacho, o juiz alegou que a decisão foi tomada para “proteger a honra e a intimidade da requerente e seus genitores”.
Morais, contudo, alega que boatos sobre a homossexualidade de Lampião existem há mais de 40 anos. Colecionador de livros sobre o cangaço desde os anos 1960, ele aprofundou suas pesquisas quando trabalhou como juiz em Poço Redondo (SE), cidade na qual Lampião morreu em 1938. “Ex-cangaceiros me falaram que Lampião tinha encontros amorosos com Luiz Pedro. São histórias comuns na região”, defende-se.
Além disso, em algumas entrevistas, Morais também lançou dúvidas sobre Lampião ser o verdadeiro pai de Expedita: segundo o biógrafo, ele ficou incapacitado de procriar após ser atingido por um tiro na genitália, em 1922. “A família ficou incomodada, mas meu livro é sério e embasado. Tenho certeza que vamos cassar a liminar”. Fora a polêmica nos tribunais, o trabalho de Morais também é contestado quanto aos fatos históricos. “A tese é delirante. Os registros da época não autorizam essa conclusão”, diz Frederico Pernambucano de Mello, um dos principais pesquisadores do cangaço. Com informações da Folha
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