Helinho da Grande Rio fez muita força para prender sua fortuna, mas logo cedo viu que a coisa ia feder: agentes da Core limparam tudo em casarão na Barra da Tijuca.
Fortuna de cerca de R$ 3,9 milhões foi apreendida pela Polícia Civil ontem, em mansão que está em nome de um tio de Hélio Ribeiro de Oliveira, o Helinho da Grande Rio, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O dinheiro, que seria fruto da contravenção, estava escondido em paredes e portas falsas, vasos sanitários, atrás da geladeira, forros do telhado, em luminárias, ralos e até na rede de esgoto. Eram tantas notas que o montante encheu um carrinho de supermercado e teve que ser enviado a um banco para ser contado.
A ação foi um desdobramento da Operação Dedo de Deus, deflagrada na semana passada. Uma réplica de fuzil AK-47 foi encontrada em um dos escritórios da casa, que, de acordo com a polícia, tem dezenas de cômodos. O bicheiro, que ainda está foragido, é presidente da escola de samba Grande Rio, de Duque de Caxias.
Na mansão, os policiais recolheram computadores, escrituras de imóveis, anotações do jogo do bicho e planilhas, das quais uma, de dez páginas, mostra que só em setembro a contravenção movimentou R$ 3 milhões em Caxias. Segundo o delegado Glaudiston Galeano Lessa, na tarde de segunda-feira a Corregedoria Interna da Polícia Civil recebeu alerta do Disque-Denúncia (2253-1177) de que Helinho estava em uma casa cheia de paredes falsas. Quinze agentes foram para o local, mas, sem mandado de busca e apreensão, não puderam entrar. O documento foi obtido no plantão judiciário, e a polícia entrou às 6h.
Agentes reviraram casarão semana passada
Na última quinta-feira, policiais civis apreenderam documentos na mansão de Helinho em Caxias, durante a operação Dedo de Deus, deflagrada para combater a exploração do jogo ilegal. Os policiais arrombaram o portão principal que dá acesso ao terreno da mansão e vasculharam o local, incluindo caçambas de lixo para ver se algo havia sido jogado fora. Três veículos que estavam na garagem também foram vistoriados.
Além de Helinho, estão foragidos os bicheiros Luiz Pacheco Drummond e Aniz Abraão David, o Anísio, patronos da Imperatriz Leopoldinense e da Beija-Flor, respectivamente. Para tentar prender Anísio, agentes da Polícia desceram de rapel, a partir de um helicóptero, no apartamento do bicheiro - uma cobertura gigantesca na Avenida Atlântica, em Copacabana. Segundo a polícia, 44 suspeitos de envolvimento com o jogo do bicho foram detidos na operação Dedo de Deus.
Advogado foi depor
Um dos advogados de Helinho, Gaspar Pegado Batista Júnior, foi preso e conduzido para a Corregedoria Interna, onde prestou depoimento e foi liberado após pagar fiança. Ele vai responder em liberdade à acusação de fraude processual, já que a polícia afirma que ele teria destruído documentos que comprovariam a ligação de seu cliente com a contravenção. Parte dos documentos encontrados no esgoto estava rasgada.
Escondeu a bufunfa?
À noite, os policiais deixaram a propriedade de Helinho, mas estacionaram as viaturas de modo a impedir a saída de qualquer pessoa. Barulhos de móveis sendo arrastados, além de intensa movimentação, foram ouvidos. Em dado momento, Batista Júnior saiu de casa sem paletó e com a roupa ensopada de suor. Para a polícia, isso indica que ele destruiu provas e fez esforço físico ao tentar esconder o dinheiro. De http://www.meiahora.ig.com.br/
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