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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Senado vira palco de bate-boca sobre desocupação de Pinheirinho

A audiência pública que durou quase cinco horas, nesta quinta-feira, na Comissão de Direitos Humanos do Senado, foi palco de discussões e bate-boca entre PT e PSDB. O tema do encontro foi a ação da Polícia Militar de São Paulo na desocupação do terreno de Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), realizada em 22 de janeiro deste ano.
Isolado na defesa do governo de São Paulo, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) discutiu com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), com o secretário Nacional de Articulação Nacional (vinculado à Presidência da República), Paulo Maldos, e também com ex-moradores daquela área.

A audiência foi acompanhada por um grupo de 37 moradores que foram expulsos de Pinheirinho. Eles também deram suas versões de como se deu a ação dos PMs. Autoridades do governo paulista convidados, civis e militares se recusaram a participar da audiência. Para eles, tratava-se de uma ação política do governo e do PT. O PSDB queria que fossem discutidas também desocupações no Acre e no Distrito Federal - estados governados pelo PT -, e onde houve recentemente ações de desocupação.
Da Agência O Globo


"O que houve em Pinheirinho foi uma lerdeza do governo que Vossa Excelência apoia. Desde 2004, a situação é delicada em Pinheirinho e o governo federal nada fez. E o senhor é senador há muito tempo (desde 1991). E também votou contra interesses de São Paulo, como o aumento da energia elétrica para os paulistas", disse Aloysio Nunes, que saiu em defesa do governo estadual. "Havia uma decisão judicial, que tinha que ser cumprida. Em casos de conflito, quem decide é o juiz. Claro que havia um ambiente de tensão, criado pelas lideranças dos ocupantes. Estavam com escudos e capacetes improvisados", completou o senador tucano, vaiado pelos antigos moradores da área.

Suplicy levantou a hipótese de ter ocorrido uma ação orquestrada entre governo estadual com a prefeitura de São José dos Campos, administrada por Eduardo Khoury, também do PSDB.

"Qual apuração rigorosa foi feita? Foram disparados tiros, pessoas inocentes foram atingidas e até agora não se apurou nada. Levanto a hipótese que houve uma ação integrada do governo estadual e a prefeitura contra esses trabalhadores. Uma semana antes de ação de desocupação, PMs foram lá dentro tenta encontrar droga. Não encontraram nada. E depois vieram com essa ação", disse Suplicy.

Paulo Maldos, que levou um tiro de borracha na perna esquerda no domingo da ação da PM em Pinheirinho, disse que tentou-se construir um consenso e que um acordo celebrado para dar um prazo de quinze dias. Esse tempo teria sido desrespeitado.

"Cheguei lá e a área já estava toda ocupada, militarizada. Armas apontadas para mim. O que se viu o dia inteiro foi uma chuva de balas de borracha, que também é letal, ataques sucessivos. Foi uma coisa selvagem. Me apresentei com identificação da Presidência da República e um oficial me disse que mandasse a presidente Dilma lá. Era um estado de sítio. Um ato típico de golpe de estado no Chile ou na Argentina. Desses que vemos em filmes. Ali, não existia mais direito algum. Só soberba. Uma barbárie. O policiamento tinha ordem para matar", disse Paulo Maldos, após a audiência.

Além disso, durante a reunião, Alysio Nunes chamou Maldos de leviano.

" Quais eram os interesses obscuros do governo de São Paulo?! Diga agora!", disse Nunes, dirigindo-se a Maldos.

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