AMAPÁ - Os assessores lotados no gabinete da deputada Roseli (DEM) eram obrigados a repassarem mais da metade dos salários à ela.
A prática ocorreu no período de janeiro de 2012 a julho de 2014, conforme denúncia do Ministério Público (MP) do Amapá, que ingressou ação por improbidade administrativa contra a parlamentar no dia 26 de agosto.
O MP calcula que Roseli tenha embolsado mais de R$ 355 mil de recursos públicos através da suposta prática ilegal.
O G1 tentou contato com assessoria de comunicação da deputada, mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno das ligações.
Segundo a Promotoria de Defesa do patrimônio Cultural e Público de Macapá (Prodemap), os servidores recebiam os salários da Casa e em seguida repassavam mais da metade do dinheiro à deputada através do motorista particular dela, Décio Souza Carvalho.
Em entrevista ao G1, Décio disse que o salário dele como motorista de Roseli é proveniente da Assembleia Legislativa, onde ele está lotado como assessor parlamentar, mas não exerce a função.
“Não é carteira assinada. É salário de assessor parlamentar”, destacou o motorista quando questionado sobre a forma como a deputada o paga. Décio negou envolvimento no suposto esquema criminoso e afirmou que a ação do MP é fruto de uma vingança do ex-marido de Roseli. “Isso tudo é porque ele está querendo se vingar. Mas estamos focados na reeleição dela”, ressaltou.
O promotor de justiça Afonso Gumarães afirmou que o fato de o motorista estar lotado como assessor parlamentar mas não exercer o cargo configura um crime de “desvio de função”.
A esposa do motorista também teria participação no suposto esquema de corrupção. Procurada pelo G1, ela não atendeu às ligações. Roseli Matos é candidata a reeleição no pleito de 2014. G1