por João Pedro Pitombo | Folhapress
“A gente aqui sempre viveu de balaio: tirar o cipó no mato, tirar piaçava, catar frutas. Quando os homens da base naval vieram, foi para escarreirar, nos botar para fora”.
Aos 96 anos, ainda lúcida, Maria de Souza Oliveira ergue-se com ajuda uma bengala improvisada em um cabo de vassoura. Segue para cozinha, onde come um prato de feijão com farinha fazendo pequenos bolinhos com os dedos das mãos.
Com quase um século de vida, é uma das moradoras mais antigas do Quilombo Rio dos Macacos, comunidade na divisa entre os municípios de Salvador e Simões Filho (BA). Enfrentando um confronto de cinco décadas com a Marinha pela posse da terra, a comunidade sumariza o temor da população quilombola em relação à gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
O presidente afirmou na campanha eleitoral que não demarcaria novas terras e chegou a ser réu em um processo por racismo após ter declarado que os quilombolas “não fazem nada” e que “nem para procriador eles servem mais”.
Logo na primeira semana, o governo chegou a suspender novas demarcações de terras, mas recuou da decisão. No Quilombo Rio dos Macacos, o temor se dá em duas frentes. De um lado, as famílias estão preocupadas com o possível retardamento, paralisação ou até mesmo a revogação da demarcação de terras quilombolas pelo governo federal. Leia mais em https://www.bahianoticias.com.br/folha
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