Merelyn Cerqueira / http://www.jornalciencia.com
A antiga cidade romana de Baiae (Baia) ficou famosa por sua localização idílica e nascentes de água mineral tidas como terapêuticas, chamando a atenção de nomes como Júlio César, Nero e Calígula. No entanto, o que realmente atraiu os ricos e poderosos para o local foram as inúmeras festas regadas a vinho e mulheres.
De acordo o site Amusing Planet, à época, a cidade tinha um pensamento obscuro de que “as mulheres solteiras eram de propriedade comum, enquanto que os homens mais velhos deveriam se comportar como meninos”, conforme escreveu o antigo estudioso romano Marco Terêncio Varro. Outros descreviam o lugar como “um antro de licenciosidade e perversão” ou “vórtice de luxúria”. O fato é que, o hedonismo de Baiae era tão notório quanto o que vemos em Las Vegas atualmente.
No entanto, a maior parte do local que abrigava a controversa cidade está debaixo d’água. A mesma atividade vulcânica que uma vez lhe trouxe à superfície, se encarregou de provocar sua queda. Parte de sua superfície mergulhou para mais de seis metros de profundidade, em um processo geológico conhecido como bradissismo – causado pelo esvaziamento da câmera de magma subjacente. Tal evento aconteceu durante o século 16, mas até aí, Baiae já era apenas uma mera sombra de sua antiga glória.
A estância costeira, construída na Península Cumaean, originalmente foi planejada como porto. No entanto, acabou se tornando um resort de luxo e porta de entrada para a elite no fim da República Romana e início do Império Romano. Era um dos locais favoritos de proeminentes membros da aristocracia, como Júlio César, Nero, Calígula, Augustus, Pompeu, Marcus Antonius, Septímio Severo e muito outros, com a maioria deles construindo moradias no local.
A região também está associada a alguns eventos notáveis da história romana. Foi ali que Agripina, mãe de Nero, foi assassinada, bem como o lugar da morte de Adriano e onde Calígula construiu sua famosa ponte flutuante que se estendia até a Baía de Pozzuoli. Ainda, acredita-se que Cleópatra estava hospedada em Baiae quando Júlio César morreu, em 44 a.C.
A magnificência da cidade entrou em queda quando invasões bárbaras e muçulmanas começaram, durante o século oitavo. No fim de sua história, durante o século 16, acabou desaparecendo sob o mar Tirreno.
Para visitá-la hoje deve-se mergulhar em direção às ruínas. Lá dentro, as pessoas poderão observar estradas pavimentadas ladeadas por edifícios, moradias luxuosas de propriedade das antigas famílias da elite romana, bem como dezenas de estátuas de mármore. Alguns dos ambientes ainda possuem pisos de mosaicos intactos. E, ao invés de abrigar homens e mulheres abastados, hoje ela é o lar de algas e uma variada vida marinha. [Amusing Planet ] [ Fotos: Reprodução / Amusing Planet ]
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