Ricardo Noblat
Partido roubou R$ 100 milhões do salário de servidores públicos.
Por obra e graça da Lava-Jato, saem de cena, por ora pelo menos, o PMDB e suas falcatruas. Entram novamente o PT e a corrupção nos governos Lula e Dilma.
O presidente interino Michel Temer agradece comovido.
Ele não poderia ter ganhado presente melhor a dois meses do desfecho no Senado do processo de impeachment da presidente afastada.
É fato que o discurso do golpe já rendeu o que podia. E que nas ruas escassearam as manifestações contra o governo provisório.
É fato também que o país vive a expectativa de que as coisas possam melhorar, embora desconfie de Temer e dos que o cercam.
Mas a queda de três ministros por suspeita de corrupção em tão pouco tempo não foi boa para o governo recém-montado. Poderia ter sido pior.
E o PMDB sofreu forte abalo ao ter alguns dos seus caciques, entre eles Renan Calheiros, Romero Jucá e o ex-presidente José Sarney, atingidos pela delação de Sérgio Machado.
A seu modo, Temer celebrou, ontem, a volta do PT à vitrine com a prisão de Paulo Bernardo, ministro do Planejamento de Lula e ministro da Comunicação de Dilma.
Sem falar da batida policial de mais de seis horas de duração à sede do comando nacional do PT em São Paulo.
O escândalo da roubalheira na Petrobras esfriou à espera da delação da Odebrecht e da OAS. Se ela ocorrer, voltará a esquentar.
Não se teve mais notícias sobre o sítio de Lula em Atibaia, reformado de graça pela Odebrecht e a OAS. Nem sobre o apartamento reformado para a família Lula na praia paulista do Guarujá.
A Lava-Jato parecia ter dado uma trégua ao PT. Até que… Até que ela detonou um novo escândalo de grandes proporções: o Partido dos Trabalhadores roubou trabalhadores.
Pois é disso que se trata. Para terem acesso a empréstimos consignados, os servidores federais pagaram uma taxa da qual foi descontada uma parte para encher as burras do PT.
Funcionou assim: a empresa Consist, contratada pelo Ministério do Planejamento, cobrava cerca de R$ 1,00 de cada servidor por mês como taxa de manutenção do empréstimo.
De cada real, apenas R$ 0,30 pagava de fato o trabalho realizado por ela. O resto (R$ 0,70) era propina para Paulo Bernardo que a dividia com seu partido, segundo procuradores da República.
Entre 2009 e 2015, a Consist arrecadou algo como R$ 100 milhões em propina. Paulo Bernardo é acusado de ter pessoalmente embolsado R$ 7 milhões.
O ex-ministro é casado com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-chefe da Casa Civil do primeiro governo de Dilma. Há indícios que o dinheiro embolsado por ele financiou campanhas da mulher.
Uma coisa é saquear a Petrobras – é tão grave, quanto, mas as pessoas sabem que políticos indicam executivos de empresas estatais para saqueá-las.
Outra bem diferente, de mais fácil entendimento, e capaz de provocar mais repulsa, é um partido político meter a mão no bolso de servidores públicos.
Que ele receba uma fatia mensal doada pelos militantes que empregou em cargos de confiança, é problema dos militantes, embora o dinheiro doado saia do Tesouro Nacional.
Mas roubar dinheiro de quem pena para ganhá-lo? Dinheiro necessário à sobrevivência de famílias?
É razoável imaginar que jamais um partido cometeu tal ousadia. Não se tem notícia de coisa parecida.
Nada de mais chocante haverá de ser descoberto pela Lava-Jato, nada. De todo modo, não se deve subestimar o PT. (foto:internet)
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