Rachel Edmonds, de 34 anos, da Inglaterra, sempre teve o sonho de ter um filho. Porém, após sofrer de endometriose incapacitante por muito tempo, ela fez uma histerectomia há oito anos, perdendo seu útero.
Desde que ela e marido, Glyn, casaram-se em 2013, eles discutiram suas opções: barriga de aluguel e adoção. Mas Rachel, uma enfermeira, queria muito ter sua própria gravidez. Sem um útero, pode parecer impossível, mas cirurgiões receberam a permissão para realizar transplantes de útero no Reino Unido pela primeira vez. O primeiro bebê resultante poderia nascer no final de 2017 ou 2018. Quatro pacientes suecas já deram à luz após o primeiro transplante de útero bem-sucedido do mundo, em 2013.
Agora, o plano é que dez mulheres britânicas se submetam ao procedimento, apesar da instituiçãoWomb Transplant do Reino Unido ter conseguido verba para apenas um transplante. Ao contrário do que ocorreu na Suécia, a paciente britânica não receberá um útero de uma doadora viva. A ideia é que as famílias de doadoras compatíveis permitam que seu útero entre como um órgão a ser doado após a morte. A voluntária será escolhida entre os próximos três a quatro meses, e 104 mulheres já estão na lista de espera. Rachel Edmonds é uma delas.
A cirurgia é considerada uma esperança para cerca de 50 mil mulheres em idade fértil que nasceram sem um útero ou o tiveram removido devido a doenças como o câncer ou casos complicados de endometriose. Quando Rachel leu sobre o transplante sueco, sentiu um pequeno arrepio de excitação. Ela, imediatamente, enviou à instituição do Reino Unido sua disponibilidade para receber o procedimento.
Rachel tinha 26 anos quando passou por uma histerectomia por conta da terrível dor que ela sofria desde os 11 anos, por conta dos hormônios. Antes, ela passou por uma laparoscopia (orifício para inspecionar o abdômen) e revelou que ela tinha endometriose – o tecido que reveste o útero normalmente é encontrado em outras partes do corpo, geralmente em torno dos ovários ou forro da pelve. O tecido é liberado mensalmente nos ciclos menstruais, mas o dela não tinha nenhuma maneira de sair do corpo, provocando dor. Em 2007, ela passou pela histerectomia. Então, em 2011, Rachel encontrou Glyn, e ambos se apaixonaram. Ele aceitou sua condição, mas ela sempre sonhou com a possibilidade de ter um filho.
Antes da mulher receber o útero da doadora, ela deve ser submetida à fertilização in vitro para armazenar seus próprios embriões, pois a mulher não pode engravidar naturalmente se um novo útero for anexado às trompas de Falópio, apresentando um risco do tecido cicatricial levar a uma gravidez ectópica – quando o feto cresce fora do útero – segundo Richard Smith, um ginecologista consultor noImperial College, de Londres, que desenvolveu o procedimento. Cada útero virá de um doador que tenha sofrido morte cerebral, ao contrário do primeiro caso sueco, em que a doadora era a mãe da destinatária.
O útero é removido em uma operação de três horas de duração, antes de ser transplantado em um procedimento de seis horas. Uma vez implantado, ele será deixado lá por um ano para o tecido cicatrizante se formar em torno dele, o mantendo no lugar. A mulher precisa tomar medicamentos imunossupressores para impedir a rejeição do corpo ao órgão. Em seguida, um de seus embriões será colocado no útero e o bebê precisaria nascer por cesariana para reduzir a pressão sobre o transplante. Se a gravidez for bem-sucedida, depois de seis meses, a mulher poderia ter outro bebê antes de ter o útero removido para não precisar tomar drogas imunossupressoras indefinidamente, o que aumentaria ligeiramente o risco de câncer e infecções.
Centenas de mulheres estão ansiosas e contataram a instituição Womb Transplant do Reino Unido. Os critérios exigem que as mulheres tenham seus próprios ovários e óvulos, sem problemas de saúde significativos e um parceiro a longo prazo. [ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Daily Mail / Pixabay ]
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