O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), defendeu nesta quarta-feira (18), na tribuna da Casa, que a Polícia Federal (PF), um dos órgãos que atuam na investigação da Operação Lava Jato, seja desvinculada do Ministério da Justiça.
Senadores da oposição criticaram nesta quarta o fato de o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não ter divulgado em sua agenda a realização de audiências com advogados que representam réus do processo da Lava Jato. Diante da repercussão do caso, Cunha Lima disse que apresentará pedido de convocação para que o auxiliar da presidente Dilma Rousseff dê explicações sobre as audiências polêmicas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e na CPI mista da Petrobras.
No último sábado (14), reportagem do jornal "O Globo" informou que Cardozo recebeu, em seu gabinete, três advogados representantes da Odebrecht, construtora suspeita de integrar o cartel de empresas que pagava propina a funcionários da Petrobras. No mesmo dia, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa cobrou pelas redes sociais a demissão do ministro da Justiça.
Cássio Cunha Lima destacou nesta quarta-feira que Cardozo é o chefe hierárquico da Polícia Federal e afirmou que é preciso evitar “intervenções políticas” no órgão. Na visão do parlamentar tucano, a corporação tem de ter “autonomia e independência”.
“Talvez já passe o momento de termos uma Polícia Federal autônoma, independente, como acontece com o Ministério Público e com outros órgãos que precisam de autonomia e necessitam de liberdade de intervenções políticas para que possam bem funcionar”, declarou o líder do PSDB.
“Fica muito claro que não cabe mais em nosso país uma Polícia Federal que esteja comandada pelo ministério para que interferências políticas não sejam tentadas”, complementou.
Da tribuna, Cunha Lima questionou o motivo de o ministro ter “escondido” os encontros com os advogados de sua agenda oficial.
“Por que esconder o encontro? O que ali foi tratado? O que foi discutido? Não se pode requerer como deseja o ministro o manto protetor do sigilo porque neste instante na República não pode haver sigilo, segredos, sobretudo no curso dessa investigação que é conhecida de todos e que tem na Polícia Federal um dos braços de condução, Polícia Federal essa que é comandada pelo ministro da justiça”, discursou.
Em nota divulgada à imprensa neste domingo (15), Cardozo destacou a "absoluta regularidade" da audiência, registrada em "agenda pública e em ata específica". Afirmou ainda que, nos quatro anos à frente da pasta, "jamais interferiu nas atribuições do Ministério Público e do Judiciário". Foto: Waldemir Barreto - Fonte: Priscilla Mendes/http://surgiu.com.br
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