Com base nos dados do Impostômetro, o Instituto Assaf mostra que cada brasileiro paga R$ 26,00 em impostos diariamente. Em 15 anos, a carga tributária brasileira saltou de R$ 0,35 trilhão, em 2000, para R$ 1,85 trilhão até dezembro de 2014, um aumento de 423% no período, que corresponde a um crescimento na arrecadação efetiva de 11,7% por ano. Isso quer dizer que cada cidadão pagou R$ 2.085,04 em impostos no ano 2000 – ou R$ 6 por dia. Esse valor aumentou para R$ 9.342,45 em 2014, resultando nos R$ 26/dia.
No mesmo período, o salário mínimo, usado como base de renda para a comparação do estudo, saiu de R$ 151,00 para R$ 724,00 no ano passado, um aumento de 379,5%. Fabiano Guasti Lima, diretor do Instituto Assaf, destaca que a carga tributária subiu acima da inflação nos últimos anos. Entre 2000 e 2014, o IPCA registrou elevação média por ano de 6,45%.
“A arrecadação é muito grande – duas ou três vezes o PIB da Argentina – com relação ao nosso retorno é pífio, muito abaixo de países da América do Sul, como Uruguai e Chile. Se não precisássemos pagar assistência médica particular, escola particular, pedágio, colocar cerca elétrica na casa, talvez a carga tributária não fosse tão importante assim”, estima o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, João Elói Olenike.
A carga tributária do Brasil não é a mais elevada do mundo e, sim, a da Dinamarca, que representava 48,6% do PIB (dados de 2013). Por aqui, o percentual é de 35,95% no mesmo ano, enquanto ficava em 30,4% no ano 2000. Nos Estados Unidos, o índice chega a 25,4%, no Chile a 20,2% e México, 19,7%. O questionamento que se faz é sobre o retorno em serviços públicos nesses países. “Sempre acaba que o povo vai pagar o preço mais alto. É falta de uma administração pública eficiente”, opina Olenike.
Nenhum comentário:
Postar um comentário