Apesar de reconhecer que o adiantamento do Bolsa Família feito pela Caixa Econômica Federal foi uma das causas da boataria sobre o programa, a Polícia Federal não investigou de fato as medidas tomadas pelo banco público.
É o que revela o inquérito, já arquivado, que apurou a origem do corre-corre para sacar o benefício em 18 e 19 de maio, gerando tumultos.
Na investigação, a PF nem sequer coletou depoimentos de funcionários da Caixa. O que fez foi só requisitar informações sem, no entanto, checar ou questionar o que foi fornecido pelo banco.
Na semana retrasada, quando a investigação foi concluída, a PF informou que "foram ouvidos 64 gerentes da Caixa nas localidades onde ocorreu o maior volume de saques". O inquérito que se teve acesso mostra que quem ouviu os funcionários foi a cúpula do banco, que depois repassou à PF por e-mail um resumo das informações supostamente relatadas.
Questionadas, a PF e a Caixa não se pronunciaram até a conclusão desta edição.
A polícia também pediu que a Caixa dissesse se havia feito alguma alteração no calendário de pagamento. O banco respondeu com a mesma versão que só tornou pública após a Folha revelar que o adiantamento ocorreu antes do corre-corre, e não depois, como sustentava.
Segundo a Caixa, uma mudança cadastral afetou parte dos beneficiários. Para evitar problemas quando fossem ao caixa, decidiu-se que todos poderiam sacar a partir do dia 17. A PF não pediu outros documentos nem ouviu ninguém sobre a medida, acerca da qual pairam dúvidas. Fonte: Com informações da Folha
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