Em sua coluna desta segunda-feira, o jornalista Ricardo Noblat, do Globo, questiona vitória de Lula e do PT nas eleições municipais deste ano, a despeito dos números que mostram o contrário. O PT foi a legenda mais votada, com mais de 17 milhões de votos e ampliou seu número de prefeituras de 558 para 627 (alta de 12%), podendo ainda levar São Paulo, que tem orçamentoequivalente ao de um país. Em praticamente todos os demais partidos, à exceção do PSB, que cresceu 40%, houve quedas, como no PSDB (-12%), PDT (-12%), PMDB (-15%), PP (-15%) e DEM (-44%). Boa parte das prefeituras dos partidos tradicionais foi tomada pelo PSD, de Gilberto Kassab, que conquistou 493 municípios, partindo do zero. E Kassab, ganhando ou perdendo em São Paulo, prepara-se para aderir à base de apoio ao governo Dilma Rousseff.
Noblat, no entanto, questiona os números. “A ´verdade´ disseminada pelo PT tem pouco de verdade. Relevante em eleição municipal é aumentar o contingente de prefeitos sob seu controle. Porque eles serão os cabos eleitorais das eleições seguintes para deputado federal e senador.” Ocorre que o PT ampliou de 558 para 627 as prefeituras sob seu controle.
Quando fala sobre o número de votos do partido, que foi o maior do País, Noblat novamente não vê nada de especial. “O PT foi o partido mais votado no primeiro turno porque venceu em cidades mais populosas. Quem elegeu o maior número de prefeitos foi o PMDB”. Ora, o PMDB já tinha o maior número de prefeitos e caiu 15%. O PT, ao contrário, cresceu. E se venceu em municípios maiores, que têm maior população, irá administrar orçamentos mais relevantes – isso sem falar em São Paulo.
No fim, Noblat compara à situação de Lula e do PT à do Brasil na Copa da Argentina, quando a seleção canarinho teria sido “campeã moral”. Será? Os números mostram que Lula e seu partido, ao contrário do que diz o jornalista, levantaram várias taças e estão muito perto de conquistar a mais importante delas. De 247
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