Estudo aponta que mundo tem só 3 anos para evitar os piores efeitos da crise climática
Relatório global reforça urgência de ações mais ambiciosas; COP30 será momento decisivo
Para criar estratégias eficazes, os países precisam ter acesso rápido e preciso a dados confiáveis sobre o clima
Os impactos da crise climática estão cada vez mais evidentes. Regiões como a África têm sido fortemente atingidas por eventos extremos, que afetam tanto a população quanto a economia local, agravando desigualdades e dificultando o desenvolvimento.
Em breve, será realizada mais uma edição da COP, conferência da ONU sobre o clima. Os 197 países-membros devem apresentar seus planos nacionais atualizados com metas de redução de emissões de gases do efeito estufa, como determina o Acordo de Paris.
Planos são chave para ação global
As contribuições nacionais servem como base para metas climáticas de curto e médio prazo. Segundo especialistas, se bem planejadas, essas medidas podem até tirar cerca de 175 milhões de pessoas da pobreza.
Apesar disso, o progresso ainda é limitado. De todos os planos já apresentados, apenas o do Reino Unido está alinhado com o que foi acordado no Acordo de Paris.
Aquecimento global já passou de limite crítico
O relatório Indicadores de Mudanças Climáticas Globais monitora anualmente as emissões de gases poluentes, a concentração desses gases na atmosfera e seus impactos nas temperaturas globais.
O estudo também leva em conta extremos climáticos, como ondas de calor, aumento das chuvas e elevação dos oceanos. Uma das principais métricas é o chamado “orçamento de carbono”, que calcula quanto CO₂ ainda pode ser liberado antes de cruzarmos a marca de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
A má notícia é que, segundo o relatório, o aquecimento provocado pelas atividades humanas chegou a 1,36°C em 2024. Como resultado, a média global de temperatura subiu para 1,52°C, ultrapassando o limite ideal para evitar os piores efeitos da mudança climática.
Ações urgentes são necessárias
Para que os países consigam criar planos eficazes, o acesso a dados climáticos confiáveis é essencial. Além disso, é esperado que as nações mais ricas, que historicamente mais poluíram, assumam a liderança com medidas ousadas e também ofereçam apoio financeiro aos países em desenvolvimento.
Até o momento, apenas cinco membros do G20 (Brasil, Canadá, Japão, EUA e Reino Unido) entregaram suas metas para 2035, mesmo o grupo sendo responsável por cerca de 80% das emissões globais.
Outro dado preocupante é que só 10 dos planos entregues até agora mencionam de forma clara a necessidade de abandonar os combustíveis fósseis, um dos principais motores do aquecimento global.
Com a COP30 se aproximando, cresce a expectativa por ações mais firmes por parte da União Europeia, China e Índia, três gigantes que podem fazer diferença na tentativa de manter as metas climáticas ainda viáveis.
O futuro do clima global dependerá do quanto esses e outros países estão dispostos a transformar compromisso em ação. A janela para evitar os piores cenários está se fechando, e o prazo é curto.

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