MG - Desde 25 de março, quando ganhou da avó Denise e da bisavó Ieda um uniforme azul de gari em seu aniversário de três anos, todos os sábados, por volta de 13h, o garoto Pedro Henrique Camargos Siqueira espera pelo caminhão da Vina Equipamento e Construções, responsável pelo recolhimento do lixo na rua Alberto Paes, bairro Jardim Arizona, em Sete Lagoas (MG), região metropolitana de Belo Horizonte, onde reside com a família.
"Ele fica esperando a semana toda e vibra quando vê o caminhão de lixo chegando", diz a comerciária Karen Camargos Silva, 21, mãe do garoto, que trabalha em uma loja de produtos infantis em um shopping da cidade de 210 mil habitantes.
Ele frequenta, em horário integral, a Escola Municipal Quincas Nogueira.
"Desde bebê, ele é louco pelos lixeiros. Quando me pediu para fazer uma festa com o tema de lixeiro, eu não tive condições.
Aí a avô e a bisavô deram o uniforme de presente, que ele coloca todos os sábados, e fica esperando o pessoal chegar", diz a comerciária.
"Eu já perguntei pra ele. Mas ele não quer ser outra coisa, astronauta, piloto de carro de corrida, jogador de futebol, qualquer coisa, o que ele quer é ser lixeiro", conta. "Ele explicou também que não quer ser motorista. Ele quer recolher o lixo. Quer ser lixeiro."
Rotina
A comerciária fez um vídeo do filho recebendo o caminhão de lixo na porta de sua casa e ajudando os lixeiros, que o chamam de "amigão" e fazem questão de parar em frente à casa do garoto, e postou na internet. "É a rotina dele aos sábados."
O garoto acorda cedo, toma banho e coloca o uniforme, pega algumas caixas e objetos, coloca o lixo na calçada. Vai almoçar ansioso. Pouco antes de 13h, se posta no local, esperando o caminhão de lixo.
"Teve um sábado em que o caminhão passou mais cedo e ele não estava pronto. O motorista parou, buzinou e os garis esperaram ele sair para recolher o lixo. Ele é o amigão deles", diz a mãe. Fonte: G1