Só Notícia Boa
Foto: BerendJan Bosch/UU
Cientistas da Universidade de Utrecht, na Holanda, criaram um anticorpo monoclonal que pode derrotar o novo coronavírus.
De acordo com o
estudo publicado nesta segunda-feira, 4, na revista científica Nature Communications, o anticorpo experimental 47D11 foi capaz de neutralizar a proteína spike em testes em laboratório.
É essa proteína que fica na superfície do novo coronavírus e dá a ele a forma de “coroa”. E é por ela que o vírus ataca as células do organismo.
Nos experimentos de Utrecht, o anticorpo derrotou o vírus responsável pelo Covid-19 e evitou os sintomas que causam a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS).
Em outras palavras, os resultados mostraram que o 47D11 é capaz de neutralizar tanto o coronavírus causador da Sars, quanto o novo coronavírus, causador da Covid-19.
A Universidade ainda anuncia que o o coordenador do estudo, Berend Jan Bosh (foto acima) vai dar uma entrevista coletiva on-line no dia 14 de maio para explicar a descoberta à imprensa.
Os testes
Os testes realizados em laboratório se mostraram promissores para conter a propagação da pandemia.
O anticorpo pode ajudar a prevenir ou tratar a Covid-19 e doenças relacionadas no futuro, sozinho ou em uma combinação de drogas.
“Essa descoberta fornece uma base sólida para pesquisas adicionais para caracterizar esse anticorpo e iniciar o desenvolvimento como um potencial tratamento com COVID-19”, disse Frank Grosveld, PhD. co-autor principal do estudo, professor da Academia de Biologia Celular, Centro Médico Erasmus, Roterdã e diretor científico fundador da Harbor BioMed.
“O anticorpo usado neste trabalho é ‘totalmente humano’, permitindo que o desenvolvimento prossiga mais rapidamente e reduzindo o potencial de efeitos colaterais relacionados ao sistema imunológico”, completa Grosveld.
Anticorpos monoclonais
Anticorpos monoclonais são proteínas criadas em laboratório que se assemelham às versões naturais que o corpo cria para combater bactérias e vírus.
Os cientistas usaram camundongos geneticamente modificados para produzir anticorpos diferentes para as proteínas do coronavírus.
Os pesquisadores reformataram o anticorpo 47D11 para criar uma versão totalmente humana, de acordo com o artigo.
“Os anticorpos monoclonais direcionados a locais vulneráveis nas proteínas da superfície viral são cada vez mais reconhecidos como uma classe promissora de medicamentos contra doenças infecciosas e têm demonstrado eficácia terapêutica para vários vírus”, disse o coordenador do estudo, Berend-Jan Bosch, da Universidade de Utrecht.
Os anticorpos terapêuticos convencionais são desenvolvidos primeiro em outras espécies e, em seguida, precisam ser submetidos a um trabalho adicional para “humanizá-los”.
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