Na Etiópia, 17h são 11h. O ano tem 13 meses, e as pessoas vivem em 2017
(História e Cultura Africana via Facebook/Reprodução)

Eles utilizam um sistema de 12 horas, mas não igual ao nosso. As horas etíopes são marcadas pelo período de luz do dia. Um ciclo de 12 horas se estende do amanhecer ao anoitecer, e o outro ciclo de 12 horas se estende do amanhecer ao anoitecer, e o outro ciclo de 12 horas vai do anoitecer ao amanhecer.
Ou seja, em vez de marcar zero à meia noite, o relógio etíope marca a primeira hora do dia no nascer do Sol, no que seria 6h da manhã para nós. O entardecer acontece às 11h59, e então o ciclo noturno começa. As nossas 18h (seis da tarde) são a primeira hora da noite para os etíopes. Esse período dura 12 horas até o amanhecer, quando o ciclo diurno se inicia.
O método funciona bem porque o país está muito próximo da linha do equador, e portanto não há uma variação expressiva entre a duração dos dias e das noites ao longo do ano.
Calendário diferentão:
Além do relógio, a Etiópia também usa um calendário diferente do resto do mundo. O calendário etíope é dividido em 13 meses: 12 meses de 30 dias e um 13º mês com 5 ou 6 dias, a depender do ano bissexto. Mais do que isso: enquanto no resto do mundo é 2025, o calendário etíope ainda marca 2017.
A razão disso é que, no ano 500 d.C., a Igreja Romana ajustou o seu cálculo do nascimento de Cristo. A Igreja Ortodoxa Etíope, por outro lado, optou por manter as datas antigas.
Por isso, o calendário etíope considera que Cristo nasceu sete anos e oito meses mais tarde do que considera o calendário gregoriano, usado no ocidente. Quando o calendário gregoriano foi instituído pelo Papa Gregório XIII, em 1582, a maioria dos países o adotou, mas a Etiópia manteve seu calendário tradicional.
As duas convenções diferentes de tempo e calendário geram confusões para os nativos e os estrangeiros, que precisam fazer cálculos constantes para marcar horários ou datas. Por isso, equívocos no registro de nascimento ou em datas históricas são comuns.
O ano-novo etíope acontece nas datas que correspondem, no calendário gregoriano, a 11 ou 12 de setembro, a depender do ano. É o início da primavera, uma época de renovação marcada pelo fim das chuvas e a colheita.
A flor adey abeba se tornou o símbolo do ano-novo etíope, porque floresce justamente na época. Ela é dada para pessoas mais velhas como um símbolo de sorte e bênçãos.
Mas por que a Etiópia não adota as convenções internacionais?
Apesar da pressão internacional para que a Etiópia incorpore o calendário gregoriano, as tradições na marcação do tempo são importantes para a identidade nacional. Por muitos anos, o slogan da agência de promoção de turismo do governo foi “Bem-vindo à Etiópia, a terra dos 13 meses de Sol”.
Isso porque o país se orgulha de ser um dos únicos países africanos a nunca ser colonizado – posto que divide apenas com a Libéria, um país relativamente recente, criado no ano 1847 por pessoas escravizadas libertadas dos Estados Unidos.
Se um dia essa tradição vai mudar ou não, não dá para saber. É só uma questão de tempo.
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