VEJA - O presidente catalão, Carles Puigdemont, declarou independência unilateral da Espanha nesta terça-feira, mas pediu, no entanto, que “o efeito da declaração de independência seja suspenso durante algumas semanas para que se abra um diálogo”. A fala de Puigdemont gerou dúvidas e avaliações diversas sobre o significado do pronunciamento. Enquanto o presidente do partido governista Podemos, Pablo Iglecias, comemorou que Puigdemont não teria anunciado a separação, segundo o jornal La Vanguardia. De acordo com o El Pais, fontes do governo central consideram o discurso do presidente catalão como uma declaração oficial de independência e que o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, deve tomar medidas para impedir a separação.
Em discurso ao parlamento, que começou com uma hora de atraso em função de uma reunião de última hora entre o líder da Catalunha e seus aliados políticos, Puigdemont disse que “a consulta disse sim à independência e desta maneira, que estou pronto para este trânsito”. O presidente catalão afirmou, pouco antes, que o que comunicaria não “é uma vontade pessoal ou uma mania de ninguém, é o resultado de 1º de outubro”. “Nós nunca concordaremos com tudo, mas entendemos que o caminho a seguir não pode ser outro que o da democracia e da paz”, disse. A declaração acontece pouco mais de uma semana após o referendo sobre a separação, considerado ilegal pela Espanha, e agrava a pior crise política do país em décadas. Puigdemont criticou a atuação do governo espanhol durante a consulta popular, que respondeu com violência e deixou centenas de feridos. “Esta é a primeira vez que um dia de eleição é desenvolvido entre os ataques da polícia aos que fazem fila para colocar seu voto em uma urna”. Mais cedo nesta terça-feira, Madri deu um ultimato a Puigdemont, a quem pediu “que não faça nada irreversível” e que “volte à legalidade”. Na segunda-feira, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, reforçou o posicionamento contrário ao movimento e afirmou que “a Espanha não será dividida. Em reunião do comitê de direção do PP (centro-direita, partido governante), Rajoy disse que o Executivo “fará tudo o que puder” para que a separação da Catalunha não aconteça. “Tomaremos as medidas necessárias para impedir a independência. A separação da Catalunha não vai ocorrer. O Governo fará tudo o que puder para que assim seja”, disse. O anúncio de uma Catalunha independente suscita, além das questões mais imediatas sobre a reação da Espanha, dúvidas sobre uma possível legitimação internacional – a França se adiantou e na véspera do pronunciamento disse que não reconheceria a independência catalã – e até mesmo sobre a permanência na União Europeia. (Veja)
Nenhum comentário:
Postar um comentário