Um transplante de fígado envolvendo três pessoas vivas, feito através de um procedimento inédito no Brasil, foi realizado no Hospital Angelina Caron, na Região Metropolitana de Curitiba. A técnica, chamada de duplo transplante inter-vivos, foi desenvolvida na Coreia do Sul há 11 anos e nunca tinha sido usada no Brasil.
O paciente, o aposentado Darci Bladt, de 52 anos, tinha cirrose hepática e passou quase um ano na fila do transplante. Quando o estado de saúde dele piorou, os médicos sugeriram a técnica com doadores vivos, que poderiam ser encontrados na própria família.
O filho Natanael, de 22 anos, e a sobrinha Júlia, de 26 anos, têm o mesmo tipo sanguíneo que Darci e poderiam doar. Porém, os dois são mais baixos e pesam menos que o paciente, e teriam que tirar uma parte pequena do órgão para que não sofressem riscos. Por isso, os médicos tiveram que usar os fígados dos dois.
Na cirurgia, os médicos retiraram um terço do fígado de cada um dos doadores e juntaram ao do paciente. “É mais uma opção, não é única, não é primeira, mas é mais uma opção para aqueles casos que você não tem saída”, disse o médico Mauro Roberto Monteiro, que participou da cirurgia. Os médicos precisaram de autorização do Ministério da Saúde para fazer a cirurgia.
Duas semanas depois da cirurgia, os três se recuperam dentro do previsto pelos médicos. Darci ainda está internado e tem dificuldades para falar. Os dois doadores já receberam alta.
"Quando a gente tem um problema desse na família, a gente sempre pensa nessa opção, a opção de poder doar a gente mesmo. A fila de espera, querendo ou não, é meio que uma Mega Sena", diz o filho Natanael, que compara sua cicatriz na barriga a uma "medalha de honra". Do G1, com informações do Jornal Nacional
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