Em meio a um disputa no PSDB com o ex-governador José Serra, o senador Aécio Neves (MG) entrou nas negociações para sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD). Ele passou a incentivar, nos bastidores, a candidatura do deputado Gabriel Chalita (PMDB) à Prefeitura, sob o argumento de que ela evitaria um alinhamento dos peemedebistas ao pré-candidato do PT, ministro Fernando Haddad (Educação). Também se reuniu com o DEM para avaliar aliança com PMDB e PSDB no primeiro turno, com Chalita na cabeça de chapa, para isolar o PT.
Chalita tem boas relações com o governador Geraldo Alckmin e já foi filiado ao PSDB. Hoje, no entanto, o deputado também exibe proximidade com a presidente Dilma e o governo do PT, de quem o PMDB é aliado na administração federal. A ideia da coligação com tucanos e peemedebistas chegou a Aécio pelo presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), que falou em nome da cúpula do partido. No encontro, disse a Aécio que, em um cenário sem Serra, o melhor para a oposição seria essa aliança. Para selar o acordo, o DEM disse que abriria mão da indicação da vice na chapa de Chalita, em favor do PSDB e alegou que a aliança serviria ainda para consolidar um palanque para Aécio na cidade em 2014, quando ele pretende disputar a Presidência.
O DEM ofereceu ao PSDB uma coligação alternativa à proposta hoje por Gilberto Kassab e José Serra. Ambos pregam que o PSDB abra mão de candidatura em nome de uma aliança com o PSD, com o vice-governador Guilherme Afif na cabeça de chapa. A oferta feita a Aécio atrapalha as conversas de Kassab e pressiona Serra a entrar na disputa -o DEM só reconhece o tucano como nome viável na sucessão da capital. Segundo integrantes do DEM, Aécio mostrou-se sensível à proposta, mas não bateu martelo. Por ora, o senador só estimula a aproximação de aliados com o PMDB, e promete conversar com Alckmin sobre o assunto.
Procurado pela Folha, Aécio afirmou que, neste momento, todo seu esforço será pela ampliação do apoio a um candidato do PSDB, "que defenderá o legado tucano". "Gosto muito de Chalita, mas precisamos de um candidato que faça um contraponto ao governo Dilma." No centro das discussões, Alckmin mostrou-se reticente. Disse que não poderá assumir a aliança sob pena de ser acusado de traição. (Da Folha de São Paulo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário