Em entrevista à Reuters, deputado licenciado diz que medidas seriam resposta à atuação do STF contra Bolsonaro e defende sanções à família de Moraes
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Deputado federal Eduardo Bolsonaro durante entrevista à Reuters em Washington | Foto: reprodução/Reuters

Em entrevista no escritório da Reuters, após reuniões com autoridades norte-americanas, Eduardo disse não ver possibilidade de negociação para reduzir tarifas sem concessões por parte do STF.
“Os ministros do Supremo têm que entender que perderam o poder. Não existe cenário em que a Suprema Corte saia vitoriosa desse imbróglio. Eles estão em conflito com a maior potência econômica do mundo”, declarou.
As declarações ocorrem em meio à escalada das tensões bilaterais. Na semana passada, o presidente Donald Trump impôs tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e aplicou sanções financeiras a Moraes, exigindo o fim do que chamou de "caça às bruxas" contra Jair Bolsonaro.
Eduardo classificou as tarifas sobre carne bovina, café, peixe e calçados como um “remédio amargo” para conter o que descreveu como ofensiva legal contra seu pai. Disse ainda que novas restrições de visto impostas por Washington a autoridades brasileiras podem atingir o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a ex-presidente Dilma Rousseff.
O parlamentar afirmou que o agronegócio brasileiro, base de apoio de Bolsonaro, vê eventuais perdas econômicas como um custo aceitável para “resgatar a normalidade institucional”. Ele também defendeu sanções contra a esposa de Moraes e afirmou que mais tarifas contra o Brasil são possíveis.
O STF não respondeu a pedidos de comentário. Moraes, que intensificou as medidas contra Bolsonaro, proibiu contato dele com Eduardo e com autoridades estrangeiras. Jair Bolsonaro nega as acusações de conspirar para reverter o resultado das eleições de 2022.
Eduardo, que se mudou para os EUA em março para buscar apoio de Trump, não descartou pedir asilo ou cidadania americana. Sobre a eleição presidencial de 2026, disse que seu pai é o candidato natural da direita, mas que aceitaria disputar se essa fosse uma “missão” determinada por Jair Bolsonaro, que está inelegível após condenação no TSE.
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