Por iniciativa do Sesc São Paulo, de maio a novembro, a programação traz curso, oficinas, encontros e bate-papos. Atividades gratuitas.
Entre os meses de maio e novembro, "Do 13 ao 20: (Re)Existência do Povo Negro", projeto do Sesc São Paulo, reúne diversas atividades que discutem e ampliam questões sobre a negritude no intermédio de duas datas em que estão marcadas as lutas e resistências à escravidão: da Abolição da Escravatura no Brasil e morte de Zumbi dos Palmares.
No Sesc Avenida Paulista, a programação abre com o Clube Negrita, um clube do livro voltado para a literatura feita por escritores e escritoras negras que acontece em um sábado de cada mês. Durante as sessões, o autor ou a autora é apresentada ao público junto com um breve contexto sobre o seu trabalho. Com Bianca Guimarães, Cuti, Gabriela Moura, James Lino, Miriam Alves, Rafael Nunes, Renato Kolla e Zainne Matos.
A história de Lima Barreto reverbera, se mescla e se funde às histórias dos negros contemporâneos e os mais de 40 anos de luta do Movimento Negro Unificado. Encontros com a presença de Adão José de Oliveira, Gevanilda dos Santos, Lilian Schwarcz, Paulo Rafael, Renato Gama e Tita Reis acontecem em duas datas, quinta e sexta, 16 e 17 de maio.
Entre junho e julho, o curso História e Cultura Afro-latina apresenta um panorama das presenças de populações negras na América Latina, evidenciando as influências das matrizes africanas nas manifestações culturais e artísticas de países como Peru, México, Colômbia, Cuba, Uruguai, ressaltando as semelhanças e os traços comuns entre eles, a partir das criações negras. Com Danielle Almeida.
Conceber uma ideia até que se concretize em um negócio faz parte do bate-papo com Thiago Vinícius, sábado, dia 8 de junho, sobre gestar e gerir projetos voltados ao empreendedorismo social, liderança comunitária, geração de renda, desenvolvimento local, negócios sociais e startups focadas em desenvolver serviços e produtos que dialogam com a qualidade de vida do morador da favela. Mediação de Ana Paula do Val.
Encontros mensais, mediados por Danielle Almeida trazem as perspectivas sobre os Diálogos do feminismo negro. Dia 13 de junho, quinta, o primeiro bate-papo acontece com as convidadas Renata dos Santos e Josiane Lima sobre As Áfricas de Chimamanda Adichie e Paulina Chiziane e suas obras "Hibisco Roxo" e "Niketche - Uma história de poligamia".
Adriana Barbosa conversará com o público sobre sua trajetória no desenvolvimento da plataforma Afrolab, do Instituto Feira Preta, que promove capacitações a atividades de apoio ao empreendedorismo negro, destacando como o trabalho coletivo com outras empresas pode potencializar os negócios.
Dia 22, sábado, no bate-papo Afrolab: Qual a Importância do meu negócio estar em rede?
O conjunto de ações objetivam o fortalecimento e o reconhecimento da cultura negra, bem como suscitar a convivência e o respeito pelas diferenças, refletindo sobre a construção das identidades e valorização da pluralidade de manifestações e expressões culturais.
Resistência Popular e Movimento Abolicionista – Panorama Histórico
O dia 13 de maio de 1888, data da Abolição da Escravatura no Brasil, o último território nas Américas a oficializar o fim da escravidão pela Lei Áurea, após mais de 300 anos do tráfico e aprisionamento de milhões de pessoas do continente africano, é o ponto inicial. A lei, sancionada em 1988, fez parte de um processo moroso e gradual de outras leis com o mesmo propósito, como a Lei Eusébio de Queiróz (1850), Lei do Ventre Livre (1871) e Lei dos Sexagenários (1885).