Como já dissemos aqui várias vezes, todo dia tem alguma novidade relativa a corrupção praticada por agentes públicos. Desta vez a notícia diz respeito a um órgão que fiscaliza o uso de dinheiro público: Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ). A Polícia Federal (PF) está cumprindo hoje uma série de mandados de prisões cautelares, buscas e apreensões, além de bloqueios de bens e valores, na Operação "O Quinto do Ouro". O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani, é alvo de condução coercitiva. Ele chegou à sede da PF no Rio de Janeiro e deve prestar depoimento ainda hoje. São mais de 43 mandados, a maioria deles na cidade do Rio de Janeiro, mas também em Duque de Caxias e São João do Meriti. Para cumprir as ações, quase 150 policiais federais foram destacados. Os alvos da operação são investigados por fazerem parte de um esquema de pagamentos de vantagens indevidas que pode ter regularmente desviado valores de contratos com órgãos públicos para agentes do Estado, em especial membros do TCE-RJ e da Alerj, de acordo com informações da PF;
O esquema seria relacionado ao período do governo de do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). São alvos de prisão preventiva cinco dos sete membros do Tribunal: Aloysio Neves, atual presidente; Domingos Brazão, vice-presidente; e os conselheiros José Gomes Graciosa, Marco Antônio Alencar e José Maurício Nolasco. Um ex-integrante do TCE também é alvo de mandado de prisão, mas o nome dele não foi divulgado. Aloysio Neves, José Gomes Graciosa e Domingos Brazão foram presos ainda na manhã de hoje. O ex-presidente do TCE-RJ e delator do esquema de corrupção que envolve empresas, políticos e conselheiros da Corte, Jonas Lopes de Carvalho, a mulher, o filho dele, o advogado Jonas Lopes Neto, a nora e os dois netos estão fora do país. O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Felix Fischer, concedeu autorização da viagem da família, por 40 dias. A delação de Jonas Lopes já foi desmembrada pelo relator da Operação Lava-Jato no STJ, Félix Fischer. Aí está mais uma explicação pata o descalabro em que se encontram as finanças do Rio de Janeiro. Enquanto uns poucos privilegiados nadam em dinheiro, centenas de milhares de funcionários públicos, por exemplo, enfrentam uma verdadeira "seca" em suas finanças. por Airton Leitão