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domingo, 21 de outubro de 2012

Morador de MS busca no lixo material para decorar casa

FERNANDA PROCHMANN COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CAMPO GRANDE 
Luiz Carlos Aguirre, 54, é paulista de Araçatuba e vive há 22 anos em Campo Grande (MS). Já trabalhou como mordomo, motorista e professor. E por hobby, mania ou maluquice, como gosta de dizer, há 15 anos começou a ver o lixo com outros olhos. Passou então a mobiliar sua casa com objetos descartados e encontrados na rua e na lata do lixo. "Comecei a andar na rua e encontrava parafuso, prego e via que tinha utilidade. Costumava pegar, pôr no bolso e levar para casa", diz o aposentado, que faz bicos para incrementar a renda. "Achei cadeira, colchão, cama, guarda-roupa, penteadeira e pensei: 'Nossa, que desperdício!'" Na casa de três cômodos, onde vive sozinho, praticamente tudo veio do lixo. A cama, encontrada com a lateral rachada, teve a madeira reforçada e lixada antes de ser colocada em uso. O mesmo aconteceu com o guarda-roupa, a cômoda e a cadeira. "Nada que uma cola, boa vontade e criatividade não resolvam", afirma. A bicicleta ele montou em partes: achou o quadro primeiro, depois as rodas, o banco, e foi remendando. Na sala, a mesa de centro é feita com pneu. Para descansar, uma poltrona de carro divide o espaço com luminárias feitas de filtro de ar de caminhão e faróis. "Novo, aqui, só a máquina de lavar e o fogão." 
SEM VERGONHA 
"Não tenho vergonha de fuçar, não. Abro o lixo e pego o que me interessa. Outro dia, estava trabalhando em um shopping e uma senhora, dona de uma butique, ia saindo com uma prateleira", conta. "Perguntei se queria que eu a carregasse até o carro, e ela falou que iria pôr no lixo. Peguei a peça, pus no meu carro e agora está aí, bonita, na sala", diz Aguirre. Parte das peças recolhidas, como roupas, sapatos e brinquedos, ele envia para um orfanato. No futuro, diz que gostaria de achar no lixo uma caixa "cheia de consciência". É para que todos respeitem o meio ambiente e façam a sua parte, declara.

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