Por Edu Mota, de Brasília / BN
Foto: Bruno Spada/ Câmara dos Deputados
No início do seu depoimento à CPMI do 8 de janeiro, nesta terça-feira (27), o coronel Jean Lawand Junior, investigado por conversas de teor golpista com o tenente-coronel Mauro Cid, disse que jamais falou em golpe ou em atentar contra as instituições ou a democracia. Segundo o coronel, a intenção nas conversas era de estimular o então presidente Jair Bolsonaro a usar sua liderança para apaziguar o país e retirar as pessoas da frente dos quartéis.
“Afirmo que em nenhum momento nessas conversas eu falei sobre golpe, ou atentei contra a democracia. Em nenhum momento quis quebrar, destituir ou agredir qualquer uma das instituições, porque isso não faz parte do que aprendi na minha carreira. Falo isso do fundo do meu coração”, disse o coronel.
Na sua apresentação inicial, Lawand Jr. falou de sua vida pessoal e detalhou sua carreira militar, citando a missão que cumpriu no Sudão. O coronel chegou a ingressar no Supremo Tribunal Federal para que pudesse ficar calado durante o depoimento à CPMI. Em sua decisão sobre o pedido, a ministra Cármen Lúcia determinou que Lawand fosse à comissão, mas o autorizou a ficar em silêncio. O coronel, entretanto, decidiu responder a todas as perguntas da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e dos demais membros da comissão.
Nas primeiras respostas à relatora, Lawand Jr. reafirmou que eram conversas privadas com o tenente-coronel Mauro Cid, a quem conhecia há 12 anos. O coronel disse que sua intenção se voltava a uma ação do governo para retirar as milhares de pessoas que se instalaram na frente de quartéis em todo o País.
“Minha intenção era que o presidente Bolsonaro desse uma ordem de apaziguamento, aproveitando a sua liderança, no intuito de apaziguar a nação, para que todo mundo voltasse Às suas casas e o país pudesse prosseguir. Reforço que em nenhum momento eu falei sobre golpe ou em intervenção militar”, afirmou.
Jean Lawand Júnior disse ainda que foi infeliz em suas falas, e pediu desculpas ao Exército e ao povo brasileiro. “Sou um simples coronel, não tinha condições de articular qualquer tipo de golpe. Não tenho contato com ninguém do Alto Comando do Exército. Nunca deveria ter feito essas colocações. Fui muito infeliz nessas falas, e quero pedir desculpas ao Exército brasileiro, quero pedir desculpas ao povo brasileiro. Era uma opinião minha, feita no calor da emoção”, disse o coronel, que afirmou ser alguém “insignificante” para tomar qualquer atitude contra o estado democrático de direito.
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