Foto: Instituto Butantan
O macaco rhesus (Macaca mulata), espécie de primata que habita a Índia, China e Afeganistão, e também é encontrada no macacário do Instituto Butantan, pode ajudar no desenvolvimento de uma vacina contra a esquistossomose, doença parasitária que afeta anualmente mais de 200 milhões de pessoas no mundo.
Essas são as conclusões de um estudo feito por cientistas do Butantan junto a colegas do Brasil, Inglaterra, Holanda e França; e mostrou que, ao se curarem espontaneamente da esquistossomose, os macacos rhesus são capazes de gerar anticorpos poderosos contra os parasitas, ficando protegidos ao sofrerem uma segunda infecção.
Os resultados da pesquisa estão no artigo “Rhesus macaques self-curing from a schistosome infection can display complete immunity to challenge” , publicado na revista Nature Communications nesta terça-feira (26).
O Instituto Butantan publicou matéria em que lembra que trabalhos científicos da década de 2000 já apontavam a capacidade do macaco rhesus de combater naturalmente uma primeira infecção com o Schistosoma mansoni, agente causador da esquistossomose, que também é chamada de doença do caramujo ou barriga d'água. Agora, os pesquisadores Sergio Verjovski-Almeida e Murilo Sena Amaral, do Laboratório de Parasitologia do Butantan, ao lado de outros colaboradores, foram além e acompanharam macacos infectados e reinfectados com Schistosoma mansoni. A ideia era entender se, após a exposição a uma segunda tentativa de infecção, a memória imune dos macacos funcionava e, assim, utilizar esse conhecimento como base para o desenvolvimento de uma possível vacina.
A reportagem ainda traz a informação de que na primeira parte da pesquisa, doze macacos rhesus foram infectados, cada um, com 700 parasitas de Schistosoma mansoni e a infecção foi monitorada pela medida de um antígeno específico do parasita liberado na circulação sanguínea do macaco. Todos os macacos se curaram entre a 12º e 17º semana. Depois de 42 semanas, com os macacos já livres dos parasitas, os cientistas monitoraram o mesmo indicador após uma segunda infecção. A conclusão foi que os macacos se recuperavam ainda mais rápido da reinfecção.
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