Se você tem o hábito de comer carne bovina ou suína malpassada, não dever ser novidade saber que você está se expondo a um risco de contaminação por parasitas.
Logo, e de acordo com o biólogo Erich Espinelo, em matéria publicada no Diário de Biologia, um parasita nematódeo em especial, do gênero Trichinella, deve ser levado em conta. Capaz de infectar os seres humanos através da carne de porco contaminada, ele traz sérios danos à saúde, por meio de uma condição chamada Triquinose.
De acordo com um estudo realizado por uma pesquisadora da Universidade Fernando Pessoa, Clementina Balazeiro, a espécie responsável pela condição é a Trichinella spiralis, uma das mais estudadas pela medicina humana. Esse parasita de morfologia cilíndrica e não-segmentada, não é muito complexo. Assim como seus irmãos de gênero, apresenta boca, esôfago, tubo digestivo e ânus, mas sem sistema circulatório. São naturalmente alongados, amarelados e flexíveis, sendo que os machos se diferem das fêmeas pelo tamanho e genitais.
A triquinose em humanos já foi registrada em cerca de 55 países, e assume-se que muitas das vezes, as pessoas infectadas não possuem qualquer tipo de sintoma, dependendo do grau de infecção. Logo, de acordo com uma revisão biológica publicada pelo Journal of Infectious Diseases, são comumente registradas náuseas, vômitos, dores de cabeça, mal-estar, diarreia, febre, edema, erupções cutâneas e problemas de visão. É comum também ocorrer edemas ao redor dos olhos, semelhante a uma conjuntivite. Sintomas mais graves, associado a um grau mais severo da infecção, aparecem em forma de paralisia muscular, vertigem, encefalite, meningite, pleurite, embolia pulmonar, taquicardia e hemorragia.
A infecção ocorre primeiramente em animais selvagens, e uma vez infectados eles são capazes de transmitir o parasita para outros hospedeiros. Geralmente, carcaças de ratos infectados, quando consumidas pelos porcos, podem ser a fonte da infecção. Assim, quando são servidos aos humanos, e de forma malcozida, podem resultar na doença. A larva presente do tecido muscular do animal é ingerida, libertada no estômago, podendo penetrar no intestino delgado onde irá crescer e se reproduzir.
Como os sintomas são semelhantes a outras doenças parasitárias, o diagnóstico de triquinose é dificultado. No entanto, ele pode ser realizado através de um método diferenciado, onde serão avaliados sinais clínicos de dos sintomas do paciente, mas essa demora poderá beneficiar ainda mais o estabelecimento da infecção e deixar o parasita resistente aos medicamentos.
O tratamento mais comum em humanos é feito por meio de fármacos antiparasitários como Albendazol e Pirantel. Contudo, a melhor garantia de prevenção da infecção é cozinhar bem qualquer tipo de carne, especialmente a suína, e verificar sua procedência, bem como higiene do local onde foi adquirida. [ Diário de Biologia ] [ Fotos: Reprodução / Diário de Biologia ]
Nenhum comentário:
Postar um comentário