Japão poderá defender aliados, como os Estados Unidos * Kyodo/Reuters
Milhares de pessoas foram às ruas de Tóquio neste domingo (30) protestar em frente ao parlamento do Japão contra a reforma legislativa defendida pelo governo para dar um maior peso militar ao país. Os organizadores calcularam que entre 100 mil e 200 mil pessoas participaram da manifestação, apesar da forte chuva que caía na capital japonesa.
As autoridades não forneceram informações sobre o número de pessoas que esteve presente no movimento. Os manifestantes, liderados por grupos estudantis, lançaram palavras de ordem contra a polêmica reforma legal que pretende permitir que as Forças de Autodefesa do Japão possam participar de operações no exterior, algo proibido pela atual Constituição pacifista adotada após a Segunda Guerra Mundial.
A reforma, que já foi aprovada pela Câmara Baixa do parlamento, ainda deve passar pela Câmara Alta, na qual o Partido Liberal-Democrata (PLD) do primeiro-ministro, Shinzo Abe, e seus aliados têm ampla maioria. Escoltados por uma forte presença policial, os manifestantes classificaram a lei como "bélica" e acusaram o primeiro-ministro de "destruir a democracia do Japão". Nos cartazes, Abe era representado com o bigode de Adolf Hitler.
A mudança na lei, rejeitada pela maioria dos japoneses conforme as pesquisas, ocorre depois de o governo ter aprovado uma polêmica reinterpretação da Constituição no ano passado. Ate então, o artigo 9º da Carta Magna impedia o país a recorrer ao uso da força para resolver conflitos internacionais.
Assim que for aprovada a nova lei, o Japão poderá defender aliados, como os Estados Unidos, se eles forem alvo de um ataque armado, assim como participar de operações de segurança da ONU. O governo também poderá com maior facilidade o envio das Forças de Autodefesa para zonas de conflito e ampliar o apoio logístico às missões de paz no exterior. Agência Efe
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