O âncora encerra uma era de quase 30 anos com legado de modernização e firmeza editorial

Quando assumiu o comando do JN, Bonner buscou aproximar o noticiário do público, equilibrando a formalidade da bancada com um tom mais humano e direto. Sob sua liderança, o telejornal ganhou ritmo mais dinâmico, linguagem acessível e maior integração entre as editorias. Ele também se destacou pela maneira firme de conduzir sabatinas e entrevistas, especialmente durante campanhas presidenciais.
Durante a pandemia de Covid-19, o apresentador deu ao telejornal um tom grave e analítico, com falas que ecoaram entre os espectadores. Bonner também se destacou em momentos de crise política, conduzindo coberturas com isenção e clareza, algo que se tornou marca registrada de sua trajetória.
Em um tempo em que apresentadores raramente deixavam o estúdio, Bonner levou o Jornal Nacional para as ruas. A bordo de ônibus e aviões, apresentou edições especiais em diferentes cidades, reforçando a ideia de um jornal “ao lado da notícia”. Essa mudança abriu caminho para o formato itinerante que o programa mantém até hoje.
O jornalista também rompeu barreiras ao adotar homenagens emocionadas no encerramento de algumas edições, gesto incomum na TV brasileira. Entre os momentos mais lembrados estão as palmas dedicadas ao repórter Tim Lopes, morto em 2002, e à apresentadora Glória Maria, em 2023, cenas que humanizaram o noticiário e mostraram a dimensão afetiva do telejornalismo.
Bonner deixa o noticiário diário e se prepara para um novo desafio: comandar o “Globo Repórter” ao lado de Sandra Annenberg, em 2026. O jornalista trocará a rotina intensa do ao vivo por um formato mais reflexivo e documental, marcando o início de uma fase mais leve de sua carreira.
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