Porcos geneticamente modificados agora podem ser consumidos nos EUA

Porcos geneticamente modificados pela Genus, imunes ao PRRS, podem chegar ao mercado em 2024 sem necessidade de rotulagem como bioengenheirados.

Dois porquinhos olham para a câmera (Foto: Courtesy of Genus)

Pigs geneticamente modificados para resistir a vírus entram em fase de aprovação nos EUA

A Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) aprovou a comercialização de porcos geneticamente modificados pela empresa britânica Genus, que são imunes ao vírus da síndrome respiratória e reprodutiva suína (PRRS). Esses animais devem entrar no mercado em 2024 e não precisarão de rotulagem como bioengenheirados. Via portaltela

Os porcos, que representam uma parte significativa da produção de carne nos EUA, enfrentam perdas financeiras anuais de R$ 1,5 bilhão devido ao PRRS. A edição genética, utilizando a técnica CRISPR, foi aplicada para remover o receptor que permite a entrada do vírus nas células, tornando os porcos praticamente imunes a mais de 99% das variantes conhecidas do PRRS.

A aprovação da FDA marca um avanço significativo na biotecnologia animal, especialmente em comparação com a longa espera de 20 anos para a aprovação de um salmão transgênico. O projeto da Genus é considerado um dos mais promissores, com potencial para se tornar o animal geneticamente modificado mais valioso já criado.

Impacto Econômico

A expectativa é que a imunidade ao PRRS reduza drasticamente os custos de produção e as perdas financeiras na indústria suína. O projeto pode também abrir portas para a edição genética em outras espécies de gado, visando aumentar a resistência a doenças como a febre suína africana e a gripe aviária.

Após a aprovação, o valor das ações da Genus aumentou em centenas de milhões de dólares na Bolsa de Valores de Londres. A empresa agora busca aprovações em mercados internacionais, incluindo México, Canadá, Japão e China, antes de lançar seus produtos nos Estados Unidos.

O diretor de operações da Pig Improvement Company, uma subsidiária da Genus, afirmou que não há expectativa de que a carne proveniente desses porcos precise de rotulagem específica. A introdução desses porcos no mercado pode representar uma mudança significativa na produção de carne suína, com implicações econômicas e sanitárias importantes.