O presidente da Rússia anunciou neste sábado (19) uma trégua temporária na Ucrânia durante o feriado de Páscoa.
Foto: Presidência da Rússia

“Por razões humanitárias, o lado russo declara uma trégua de Páscoa. Ordeno a suspensão de todas as ações militares durante esse período”, afirmou Putin ao chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, em reunião no Kremlin.
A expectativa do governo russo é de que a Ucrânia também respeite a trégua, o que, segundo Moscou, seria um sinal de que Kiev está disposta a buscar uma solução pacífica para o conflito.
“Partimos do princípio de que a Ucrânia seguirá nosso exemplo. Nossas forças, no entanto, devem permanecer alertas para possíveis violações do cessar-fogo, provocações inimigas ou ações ofensivas”, completou o presidente russo.
Putin reforçou que a Rússia “sempre esteve aberta ao diálogo” e agradeceu aos países que apoiam iniciativas de negociação, mencionando especialmente os Estados Unidos e a China.
O Ministério da Defesa da Rússia declarou que já emitiu ordens a todos os comandantes militares envolvidos na “operação militar especial” — expressão usada por Moscou para se referir à guerra na Ucrânia — para que cumpram o cessar-fogo.
A guerra na Ucrânia começou com a invasão russa em fevereiro de 2022 e tem sido marcada por intensos combates e grande número de vítimas civis.
Nos últimos dias, um dos ataques mais letais do ano ocorreu em Sumy, no norte da Ucrânia, onde dois mísseis balísticos russos mataram 34 pessoas e deixaram 117 feridos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, condenou duramente a ofensiva e renovou pedidos por apoio internacional, incluindo um convite ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump, para visitar o país. Zelensky tem demonstrado preocupação com a continuidade do apoio americano, embora reconheça a importância dos Estados Unidos como parceiro estratégico.
Em um encontro anterior na Casa Branca, Zelensky e Trump protagonizaram momentos de tensão diante da imprensa. O líder ucraniano aproveitou a ocasião para solicitar apoio dos EUA em iniciativas internacionais de paz e na proteção do espaço aéreo da Ucrânia.
A Rússia nega ter como alvo civis, embora milhares de pessoas tenham morrido ou ficado feridas desde o início do conflito. Atualmente, forças russas controlam cerca de 20% do território ucraniano nas regiões leste e sul.
A Ucrânia vem compartilhando informações com aliados sobre possíveis crimes de guerra cometidos por forças russas, enquanto o Tribunal Penal Internacional conduz investigações sobre o caso.
Durante o governo Trump, representantes dos EUA participaram de negociações com autoridades russas e ucranianas na tentativa de alcançar um cessar-fogo. Um dos encontros incluiu o enviado especial Steve Witkoff, que esteve com Putin para discutir alternativas de paz. No entanto, a continuidade dos ataques revela a fragilidade dessas iniciativas e o prolongamento da guerra.
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