Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) sinalizou a aliados na Câmara dos Deputados, que, no momento, a chance de pautar o projeto de anistia a condenados por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 é “zero”. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (27) pelo GloboNews.
O posicionamento vem após o líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS), afirmar que a ideia da oposição é articular para a primeira quinzena de abril a votação da proposta que trata da anistia para os condenados por envolvimento no 8 de janeiro. No entanto, de acordo com aliados de Motta, o presidente da Câmara entende que se pautar, sofrerá um desgaste na relação com o presidente Lula (PT), de quem tem se aproximado.
A movimentação acerca do projeto da anistia voltou a tona nesta quarta-feira (27), quando a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados réus por suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado, sendo julgados ao final do processo.
Durante o julgamento da denúncia feira pela Procuradoria Geral da República (PGR), procuradores e os ministros do STF compreenderam que há relação direta entre a trama golpista no núcleo do ex-presidente e os bloqueios ilegais de estradas por caminhoneiros pelo país após a vitória de Lula, e os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A ideia de Hugo Motta é fazer uma reunião no próximo dia 1 de abril com parlamentares que apoiam o projeto da anistia. Além disso, no dia 3 de abril, há a previsão de uma reunião de líderes partidários com o presidente da Casa em que o tema também poderá ser discutido.
À GloboNews, o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse que o governo não vê "clima" na Casa para votar a proposta da anistia. "Eu acho que não tem clima para votar. É um erro querer levar esse debate agora ao plenário. Interdita o diálogo que está sendo feito com muita articulação entre o presidente da Câmara e os líderes partidários", afirmou.
"O processo não foi concluído no Supremo, não é hora de empurrar isso na pauta, vai complicar, dificultar a discussão de projetos importantes para o país como a isenção do Imposto de Renda [para quem ganha até R$ 5 mil], além de outras pautas", acrescentou.
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