Fernando Haddad diz que sistema será vinculado ao eSocial
Daniella Longuinho – Repórter da Rádio Nacional
© Dney Justino
O governo federal vai implementar um mecanismo para a concessão de crédito consignado, ou seja, com desconto em folha, para o trabalhador do setor privado. O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na tarde desta quarta-feira (29), após reunião com o presidente Lula, no Palácio do Planalto. Participaram da agenda representantes da Febraban, a Federação Brasileira de Bancos, além de Caixa, Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil, e o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.
Segundo Haddad, será criada uma plataforma virtual de acesso ao crédito consignado para o trabalhador com carteira assinada, com taxas mais baixas. Esse sistema será vinculado ao eSocial, mecanismo obrigatório para todas as empresas do país, incluindo micro e pequenas.
“Estamos falando de algo que pode favorecer milhões de pessoas. Milhões de pessoas que, hoje, não têm acesso ao crédito consignado. Passarão a ter com um mecanismo moderno, eficiente, transparente, com uma plataforma em que você vai poder comparar as taxas de juros praticadas pelo sistema bancário”, ressaltou o ministro.
Haddad destacou o potencial do novo modelo de consignado a partir do exemplo da folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS e dos servidores públicos, que é de R$ 120 bilhões, e o valor de crédito consignado desse grupo, que chega a R$ 600 bilhões. No caso do setor privado, a folha é equivalente, mas os empréstimos consignados, hoje, são da ordem de R$ 40 bilhões. Segundo o titular da Fazenda, esse produto vai provocar “uma pequena revolução no crédito brasileiro”.
O presidente da Febraban, Isaac Sidney, explicou que, com o eSocial e os canais dos bancos conectados a essa plataforma, as instituições financeiras não vão mais precisar fazer convênios para concessão de crédito com desconto em folha.
“Esse é hoje o grande gargalo do crédito privado. São milhões de empregadores, entre microempreendedores, micro, pequenos, médias e grandes empresas. Há riscos diferenciados, setores da economia diferenciadas, e os bancos não conseguem mapear o risco de crédito de todos os trabalhadores. Tendo uma gestão centralizada pelo eSocial, conectando nos aplicativos dos bancos, os bancos vão poder ofertar a taxas, vão poder ofertar linhas de crédito, e os trabalhadores vão conseguir acessar um novo consignado”, explicou Sidney.
A Febraban pretende criar uma carteira de crédito de cerca de R$ 120 bilhões com a medida.
Uma nova reunião será realizada com a equipe econômica para que o presidente Lula possa definir como o texto será enviado ao Congresso Nacional: se por medida provisória ou projeto de lei.
Edição:Bianca Paiva / Rafael Guimarães
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