Segundo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o presidente só pode fazer alterações em relação à política trabalhista se houver o aval do ministério
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que pode pedir para sair do governo Lula, caso haja cortes de gastos em benefícios da sua área. A equipe econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara um plano de revisão nas despesas públicas.
Marinho foi questionado por jornalistas se abandonaria o posto caso as medidas nos programas se concretizem. “Se eu for agredido é possível. Nunca fui. Estou dizendo que essa discussão não existe. Uma decisão sem minha participação em um tema meu é uma agressão”, disse.
As declarações foram feitas durante a entrevista sobre os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). “Não me consta que nenhum ministro de Estado tenha discutido esse assunto. Não me consta. As áreas técnicas têm a obrigação de estudar, o que não é de bom comportamento é vazar estudo, que não esteja autorizado pelo ministro titular”, declarou.
Marinho falou em possibilidade de demissão mais de uma vez. Segundo ele, o presidente só pode fazer alterações em relação à política trabalhista se houver o aval do ministério.
“Para mim não existe. Nunca fui procurado para esse debate. Se nunca discutiu comigo, ela não existe. Eu sou o responsável pelo tema de trabalho no governo. A não ser que o governo me demita”, pontuou. Marinho é um nome próximo de Lula. Ambos convivem juntos desde os tempos de sindicalismo em São Bernardo do Campo (SP).
O ministro afirmou que Lula o avisaria caso houvesse o debate sobre os cortes nos benefícios trabalhistas. “Esse debate não existe no governo. Se existisse, o presidente teria me falado: ‘Marinho, pega leve aí porque esse debate está acontecendo e talvez tenhamos que fazer’”, disse.
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